Líder do Democratas no Senado Federal, Ronaldo Caiado (GO) criticou a tentativa do governo de Dilma Rousseff de colocar a culpa pelas “pedaladas fiscais” em subordinados que cumpriam as descabidas ordens presidenciais, as quais configuram crime de responsabilidade e, por sua vez, justificam o pedido de impeachment que tramita na Casa legislativa.
No caso específico do Plano Safra, senadores governistas tentam envolver o Banco do Brasil e seus dirigentes no processo referente ao ano de 2015, quando a presidente da República valeu-se deste artifício para garantir o crédito rural. O assunto foi tratado em sessão da Comissão Especial do Impeachment do Senado, nesta quarta-feira (27), e serviu para transformar a reunião do colegiado em mais um palanque canhestro para a disseminar a tese de que há em marcha no Brasil um “golpe parlamentar”.
“Tanto a instituição do Banco do Brasil, quanto seus dirigentes são, na verdade, são vítimas da própria condução equivocada da presidente da República. O banco foi penalizado no caso do Plano Agrícola e Pecuário e Plano Safra da Agricultura Familiar. A presidente usou dinheiro do BB para pagar os subsídios essenciais para o setor rural, mas que deveriam ser pagos com dinheiro do orçamento”, destacou o parlamentar goiano.
Caiado demonstrou em gráfico a escalada dos gastos indevidos a partir do primeiro governo Dilma, enfatizando a imensa diferença, em volume e recursos, na comparação com governos anteriores (FHC e Lula).
“O que aconteceu no governo do PT com as pedaladas foi o que os juristas e os advogados chamam de crime continuado. O Banco do Brasil foi usado para pagar conta do governo. O BNDES foi duramente saqueado para fazer outros programas para enganar o povo. O que Dilma fez foi populismo, cortesia com chapéu alheio”, definiu.
Em sua explanação, Ronaldo Caiado também contestou a associação feita pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que chegou a comparar a pedalada a “alguém que paga o aluguel e atrasa dois meses”.
“Não é essa a associação que devemos fazer. A situação ser comparada a de um médico sem Revalida que opera, deixa lesões e leva o paciente à UTI. Aí depois que o médico já ganhou o dinheiro vai dizer que não se pode discutir mais o quadro do paciente, que se deve apenas discutir a cicatriz. O Brasil está em colapso na economia, saúde, educação, mas isso é secundário? Vamos só discutir a cicatriz?”, questionou Caiado.