Em novo devaneio , Requião usa a tribuna do Senado para defender Dilma e regurgitar insanidades

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Vítima de crise econômica sem precedentes, resultado da incompetência de um governo corrupto, o Brasil já ingressou na seara da decadência como nação, mesmo que assim não queiram os defensores obedientes e genuflexos de Dilma Vana Rousseff. Apesar desse cenário de degradação do Estado e de inequívoca desagregação da sociedade, senadores governistas se revezam na tribuna do Senado para condenar o que já está pacificado: o crime de responsabilidade cometido pela ainda presidente da República.

Carente de um cipoal de decisões que consiga destravar a economia, o Brasil assiste silenciosa e pacientemente à ópera bufa em que se transformou o palavrório insano e descabido daqueles que precisam defender um projeto criminoso de poder prestes a ir pelo ralo.

Sempre obediente às ordens palacianas, até porque foi recompensado antecipadamente com um punhado de cargos na máquina federal, a começar pela binacional Itaipu, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) não corou a face no momento em que destilou filosofia barata, amparada em pinceladas históricas, para condenar o processo de impeachment de que é alvo a petista Dilma Rousseff.

Acostumado à truculência física, verbal e redacional quando é contrariado, Requião disparou: “Como somos, na definição de Aristóteles, ‘anthropos politikon’, isto é, animais gregários, societários, era natural que buscássemos, desde cedo, regras de convivência. Contudo, não custa lembrar que regras de convivência não é o forte do senador peemedebista, que no seu estado é conhecido pela alcunha de “Maria Louca”.

Bufão recorrente, Requião usou a tribuna do Senado para tentar convencer Dilma a convocar novas eleições por meio de emenda constitucional. “Presidente Dilma, ainda é tempo de salvar o Brasil de uma desgraça maior. Presidente Dilma, convoque através de uma emenda constitucional novas eleições para que o povo e não um Parlamento desmoralizado pelas denúncias de corrupção e refém de financiadores de campanha decida”, bradou Requião em inominada referência à possibilidade cada vez mais concreta de Michel Temer assumir o poder central.


Ignorante em termos de legislação, Roberto Requião desconhece que a Constituição Federal de 1988 – artigo 60, inciso II, parágrafo 4º – é clara ao vetar a deliberação de emenda constitucional em determinadas situações.

§ 4º – Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.

Citando Jean-Jacques Rousseau e Norberto Bobbio para falar em democracia, algo que ele próprio desconhece, o senador paranaense abusou da sua costumeira bazófia ao afirmar: “A decisão é sempre do povo. O povo escolhe; o povo destitui. O povo entroniza; o povo derruba”. Pois bem, no caso do impeachment de Dilma Rousseff, quem está no comando do processo é a vontade maiúscula dos brasileiros que não mais conseguem conviver com um governo incompetente, corrupto e imoral.

Trapaceiro quando faz uso da palavra, Requião insiste em confundir a opinião pública. Disse o senador: “O povo decide, a soberania é popular, nós somos comissários do povo, a representação popular é indelegável e se vamos discutir um novo modelo de sociedade em contraposição ao Estado social que essa decisão não seja feita nas antessalas dos bancos, nas federações de indústrias, mas seja feita em uma discussão ampla diante do eleitor, da sociedade e do povo brasileiro”.

Embusteiro profissional, Roberto Requião pode estar a sofrer de algum distúrbio do pensamento, pois já não se recorda da tropa de cavalos que matinha na Granja do Canguiri (residência oficial do chefe do Executivo paranaense), com o suado dinheiro do contribuinte, apenas para suas cavalgadas matinais na companhia de amigos.

Requião por certo também não se deu conta que entre os políticos brasileiros é o que mais viaja na esteira do dinheiro dos brasileiros, sempre hospedando-se em hotéis caros e fazendo refeições em restaurantes elegantes e igualmente custosos, onde se entrega a vinhos finos e concorridos. À sombra dessa maneira nababesca de viver, falar em democracia, em ser comissário do povo e clamar por novas eleições é fácil demais.

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