Após a notícia de que o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), anulou a tramitação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o dólar disparou nesta segunda-feira (9), chegando a R$ 3,60.
A moeda norte-americana já estava em alta, acompanhando o movimento do mercado internacional, em meio a receios sobre a desaceleração da economia chinesa. O Banco Central não anunciou intervenção no mercado de câmbio. No final da manhã, o dólar avançava 3,29%, a R$ 3,6181 na venda, após cair 1% na sexta-feira e voltar ao patamar de R$ 3,50.
O presidente interino da Câmara dos Deputados acatou pedido da Advocacia-Geral da União para anulação da votação que aprovou com larga vantagem, em 17 de abril passado, a admissibilidade do processo de impeachment da petista.
Antes do anúncio, o dólar avançava em relação a moedas de outros países emergentes, após dados da China mostrarem que as exportações e importações do país asiático caíram mais do que o esperado em abril, ressaltando a fraca demanda interna e externa. Isso fez esfriar as expectativas de recuperação da segunda maior economia do planeta. O dólar subia frente aos pesos mexicano e chileno, além de avançar em relação a uma cesta de moedas.
Os desdobramentos políticos no Brasil seguiam no radar dos investidores, com a espera pela votação do Senado na quarta-feira do afastamento temporário de Dilma que, se confirmado, levará o vice Michel Temer à presidência. Temer já indicou o ex-presidente do BC Henrique Meirelles como seu ministro da Fazenda, o que tem agradado o mercado.
Até o momento, o Banco Central não anunciou leilão de swap cambial reverso, equivalente a compra futura de dólares. Muitos operadores consideram o patamar de 3,50 reais como o piso que a autoridade monetária tentaria defender. O BC atuou no início da última semana, contudo está ausente do mercado desde quarta-feira (4).