Acompanhar os discursos na histórica sessão do Senado Federal que decidirá sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff é o que se pode chamar de sacrilégio. São tantas sandices vociferadas por pessoas despreparadas, que chega a causar náuseas essa quase obrigação profissional de quem tem a notícia como base do ofício.
Como já era esperado, a tropa de choque da presidente da República não deixou de lado o discurso do golpe. Todos os que ocuparam a tribuna do Senado para defendê-la falaram em golpe, mesmo que por vias transversas. De nada adiantou o Supremo Tribunal Federal (STF) garantir que não há no País um golpe em marcha. Até porque, a legislação vigente está sendo respeitada e o rito definido pelo STF para o julgamento do processo foi cumprido à risca.
Apesar de todas as evidências de não haver golpe e a comprovação dos crimes de responsabilidade cometidos por Dilma, a cantilena enfadonha não descansa. Nesse momento de desespero vale tudo. De encenação quase teatral para defender o indefensável a leitura de textos longos e enfadonhos que só destacam bizarrices.
Uma das ferrenhas defensoras de Dilma, mesmo não sendo convincente, a senadora Regina Sousa (PT-PI) é o melhor resumo do que representa o partido que já foi acertadamente comparado a uma organização criminosa. Acostumados a flanar nos céus da contrainformação, os petistas não se cansam de lançar mentiras sobre a opinião pública. E Regina Sousa não ficou de fora.
Em um discurso cansativo e que remete ao atraso, Regina Sousa condenou as elites, os empresários e os banqueiros, como se Lula e seus quejandos jamais tivessem se associado aos que agora são alvos de críticas. Lula foi eleito com a ajuda financeira dos banqueiros, que lucraram como nunca na era petista. O mesmo Lula, agora um bem sucedido lobista-palestrante, se juntou aos donos de empreiteiras para saquear a Petrobras, mas Regina Sousa arrisca condenar os empresários.
A senadora piauiense é um misto de discurso pronto com fala de encomenda. Sem se dar conta que a segurança da capital dos brasileiros é de responsabilidade do governo do Distrito Federal, Regina Sousa criticou a forma como os policiais militares que fazem a segurança na parte externa do Congresso Nacional têm tratado os que lá estão para protestar contra ou a favor do impeachment.
Informada de que alguns excessos teriam ocorrido por parte dos policiais, Regina Sousa perguntou se esse é o jeito de Michel Temer governar. O vice-presidente ainda não tomou posse na Presidência e continua recluso no palácio do Jaburu, mas o jogo sujo dos petistas já entrou em cena.
Os brasileiros de bem devem estar preparados para dias difíceis por causa das armadilhas rasteiras e covardes da esquerda bandoleira, mas o Brasil é muito maior do que a quadrilha que tentou perpetuar-se no poder na esteira do proselitismo barato e da roubalheira desenfreada.