Lava-Jato: Moro aceita denúncia contra Delúbio, Ronan, Valério e mais seis por lavagem de dinheiro

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O juiz federal Sérgio Fernando Moro, responsável na primeira instância da Justiça Federal pelas ações da Operação Lava-Jato, aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT; Ronan Maria Pinto, empresário de Santo André (SP); Marcos Valério Fernandes de Souza, operador financeiro do Mensalão do PT, e mais seis investigados por lavagem de dinheiro. Eles foram alvo da Operação Carbono 14, desdobramento da Lava-Jato, e agora são réus em ações da alçada de Moro.

“Presentes indícios suficientes de autoria e materialidade, recebo a denúncia contra os acusados”, afirmou Moro em decisão de sete páginas.

No mesmo despacho, o magistrado acolheu pedido da Procuradoria da República e arquivou imputação do crime de lavagem de dinheiro em relação ao ex-ministro José Dirceu, ao pecuarista José Carlos Bumlai e aos empresários Milton Schahin e Salim Schahim, ‘por terem mais de 70 anos, o que acarreta a redução pela metade do prazo prescricional e considerando a data do último fato delitivo, em 10/12/2004′.


Na denúncia do Ministério Público Federal, são acusados de lavagem de R$ 6 milhões o empresário Ronan Maria Pinto e mais 8 investigados. Segundo a força-tarefa, Ronan Maria Pinto ‘está entre os beneficiários de empréstimo fraudulento feito junto ao Banco Schahin em favor do PT’. O empresário de Santo André foi preso na Operação Carbono 14.

Segundo os investigadores, os R$ 6 milhões fazem parte de um total de R$ 12 milhões emprestados pelo Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai, em outubro de 2004. O próprio Bumlai afirmou à Polícia Federal que o dinheiro foi destinado ao PT. Na época, Delúbio Soares era o tesoureiro do partido.

A defesa de Ronan

Os advogados de Ronan Maria Pinto alegam que o empresário é o único acusado na Lava-Jato preso, em caráter preventivo, por lavagem de dinheiro. “Todavia, mais uma vez ressaltamos: Ronan é o único acusado preso preventivamente pela acusação de um crime econômico. A defesa se manifestará nos autos pela veracidade do empréstimo que vem sendo questionado. Assim como pleiteará a revogação de sua prisão”, destaca a defesa.

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