Petrolão: Lula e outros ministros exonerados serão investigados pelo juiz Sérgio Moro

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Ao lado da agora presidente afastada Dilma Rousseff no momento em que a petista deixava o Palácio do Planalto, após ser comunicada da decisão do Senado, o lobista-palestrante Lula era o sinal da derrota e da preocupação. Ministro-chefe da Casa Civil sem jamais ter sido, pois sua nomeação foi suspensa pela Justiça, Lula não quis ficar mais tempo em Brasília para conversar com a sucessora, já que estava programada uma caminhada da sede do governo até o Palácio da Alvorada. A assessores mais próximos o ex-presidente disse que seu desejo era “voltar para casa”.

Com a saída de Dilma e a automática exoneração de todos os ministros do governo que foi interrompido com base no que determina a lei, Lula voltou a frequentar a mira do juiz Sérgio Moro, responsável na primeira instância do Judiciário pelos processos decorrentes da Operação Lava-Jato.

Lula, que foi conduzido coercitivamente para depor no âmbito da Lava-Jato, acabou nomeado ministro a bordo de uma clara atitude de Dilma para obstruir os trabalhos da Justiça, o que ensejou a suspensão da nomeação. Naquele momento, o ex-metalúrgico corria sério risco de ser preso por conta do seu envolvimento no maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão, que durante uma década funcionou de forma deliberada e consentida na Petrobras.

A divulgação das conversas telefônicas entre Lula e Dilma mostrou a maneira espúria como os petistas palacianos vinham conduzindo o País, sugerindo que os Poderes constituídos e as instituições eram meros coadjuvantes de um projeto sabidamente criminoso. Isso provocou revolta e indignação na extensa parcela da população, que há muito exigia o fim do governo mais incompetente e corrupto da história nacional.

Não apenas Lula, mas pelo menos cinco outros ministros exonerados correm risco no escopo da Operação Lava-Jato. São eles: Aloizio Mercadante, Edinho Silva, Jaques Wagner, José Eduardo Martins Cardozo e Ricardo Berzoini.


Aloizio Mercadante, Jaques Wagner, José Eduardo Cardozo e Ricardo Berzoini tornaram-se alvo de investigação a partir do acordo de colaboração premiada do ex-petista Delcídio Amaral, que na última terça-feira (10) teve cassado o mandato de senador. Já Edinho Silva, que pretende concorrer à prefeitura de Araraquara, interior de São Paulo, em outubro próximo, foi acusado por Delcídio e Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia e delator da Lava-Jato.

Há nesse cenário dois fatos a serem considerados. O primeiro deles é que, de maneira acertada, Moro, durante palestra proferida esta semana no interior do Paraná, disse que o Brasil precisa urgentemente abandonar a cultura do ódio. Isso pode significar que os petistas pode, não ser presos como forma de não fomentar uma revolta da esquerda, mas por outro lado sugere que as prisões podem acontecer a qualquer momento e que os esquerdistas não devem reagir com violência.

O segundo fato é que o ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), pode decidir que os ministros exonerados, que por consequência perderam o foro especial por prerrogativa de função, continuarão sendo investigados pela Corte.

A lei deve ser respeitada e nenhuma dose de revanchismo tem lugar nesse novo momento do País, mas não se pode compactuar com privilégios ilegais para pessoas que participaram ou foram coniventes com o Petrolão e seus muitos desdobramentos.

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