Atendendo a um pedido do Ministério Público de Contas, o Tribunal de Contas da União (TCU) fará verdadeiro pente-fino nos últimos atos da presidente afastada Dilma Rousseff. O TCU avaliará os impactos financeiros e orçamentários da liberação de verbas em troca de votos contra o impeachment.
O que TCU fará agora, depois de provocado pelo MP de Contas, deveria ter sido feito há tempo, pois era sabido que na reta final do impeachment o escambo criminoso seria intensificado de maneira acintosa, apenas tara tentar salvar o que jamais teve salvação. Um governo que deixa um rombo nas contas públicas que deve se aproximar de R$ 300 bilhões deveria ter seus integrantes presos.
O cofre foi aberto no momento em que o governo tinha pleno conhecimento da frustração de receitas. A denúncia requer também que se avalie se as nomeações dos últimos três meses visaram salvar a presidente afastada.
No caso do mapeamento das nomeações, o Tribunal encontrará um cenário de declarada irresponsabilidade em termos de governança, pois foi no mínimo escandalosa a avalanche de nomeações, em especial nos escalões menores do governo federal.
A defesa insana da presidente Dilma feita principalmente por deputados federais não saiu de graça. Cada qual recebeu a devida contrapartida, com promessa de novas nomeações caso o impeachment fosse barrado na Câmara ou no Senado, algo que não aconteceu.
O procurador Paulo Soares Bugarin escreveu na representação que tratar a ocupação de cargos como um “‘mercado’ para agregar votos nos parlamentos…atenta contra os princípios da moralidade, eficiência e interesse público”.