Em à agência Bloomberg, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) declarou que a economia está em pior situação do que imaginava antes de assumir a pasta. “Eu encontro nos números uma situação pior do que esperava”, afirmou, referindo-se em grande parte ao orçamento federal.
Entretanto, segundo Meirelles, o governo interino de Michel Temer está em melhor posição para conseguir a aprovação de medidas econômicas no Congresso do que o de Dilma Rousseff. Ele acrescentou que os brasileiros atualmente estão mais conscientes de que será preciso fazer sacrifícios para o crescimento retornar. “O governo mudou, assim como a disposição do Congresso e mesmo a capacidade de negociação do próprio governo”, destacou.
Henrique Meirelles declarou em várias oportunidades que o reforço das contas públicas e a contenção do aumento da dívida pública são prioritários para reconstruir a confiança na economia, golpeada pela recessão. Sua equipe econômica está elaborando uma proposta de reforma da Previdência e um membro do governo disse no início desta semana que ativos estatais poderão ser vendidos para levantar recursos.
O gabinete de Michel Temer também está tentando renegociar as dívidas dos estados antes de o Supremo Tribunal Federal decidir sobre o tema. Uma decisão judicial para que os estados paguem juros simples em vez de compostos privaria o governo federal de um total estimado em R$ 402 bilhões (US$ 113 bilhões) em receitas, de acordo com algumas estimativas.
O peemedebista foi empossado como presidente interino do Brasil na semana passada, depois que o Senado afastou Dilma Rousseff temporariamente do cargo para submetê-la a um julgamento de impeachment.
O presidente interino incumbiu Henrique Meirelles – ex-presidente do Banco Central e conhecido por ter domado a inflação – de recolocar nos trilhos uma economia que perdeu seu status de grau de investimento em 2015 em meio a déficit orçamentário recorde.
A equipe de Meirelles anunciou a meta orçamentária do governo para este ano nesta sexta-feira (20), sendo que o déficit fiscal anunciado é de R$ 170,5 bilhões. Para o UCHO.INFO, com base em cálculos diversos, o rombo nas contas públicas deixado por Dilma ultrapassa a marca de R$ 200 bilhões.
O governo Temer aposta que o Congresso agirá rapidamente em relação às propostas se compreender a verdadeira dimensão do rombo orçamentário. “A população tem expectativa de resultado, não há dúvida”, finalizou Meirelles.
