Nesta sexta-feira (20), o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) declarou que, a poucos dias do início das Olimpíadas Rio 2016, a situação da saúde na capital fluminense é alarmante.
Pablo Vázquez, presidente da entidade, afirmou que a chegada dos mais de 800 mil turistas – é o contingente esperado para o evento – pode prejudicar o atendimento à população como um todo.
Na quinta-feira (19), o presidente do CREMERJ reuniu-se com representantes do Comitê Olímpico Rio 2016, integrantes da prefeitura e do governo estadual para buscar uma solução emergencial.
“É necessário que o governo federal, o estadual e o municipal façam investimentos extraordinários no planejamento estratégico da Olimpíada se quisermos ter uma assistência médica de qualidade”, disse Vázquez em entrevista na manhã desta sexta-feira na sede do conselho, em Botafogo, zona sul.
Para Vázquez, um dos riscos é o desabastecimento dos bancos de sangue da cidade. “É importante que a partir desse evento [reunião de ontem] eles entendam que, se o estoque de sangue no Rio de Janeiro não ficar em nível adequado, por conta de greve do setor administrativo, que outros estados forneçam, que fiquem de prontidão, que o governo federal venha para cá, as Forças Armadas, para garantir esse atendimento”, apontou.
Segundo o vice-presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, faltam quase 200 leitos de Centros de Tratamento Intensivos (CTIs) no Rio de Janeiro. “Teríamos condições de ter, na Santa Casa do Rio de Janeiro, 400 leitos de retaguarda para clínica médica que não estão funcionando. Tivemos o fechamento do Hospital Juscelino Kubitschek, em Nilópolis, com quatro andares, maternidade e pronto socorro e emergência”, citou Nahon.
“Temos o fechamento do Hospital Salles Netto, no Rio Comprido, e do Hospital Leonel Brizola, em Mesquita. O principal hospital de referência para os Jogos é o Lourenço Jorge, mas não há um polo de neurocirurgia”, criticou.
Conforme Nahon, a integração das redes de leitos municipal, estadual e federal poderá reverter esse déficit.