(*) Ipojuca Pontes
Numa orquestração típica de quem suga há décadas, de forma parasitária, os cofres públicos – e, muito pior, de quem procura embotar noite e dia a alma da nação com a criminosa propaganda ideológica vermelha -, a parte mais ruinosa da chamada “classe artística”, porta-voz da melopéia lulopetista (comunista) tramada no bunker do mafioso Instituto Lula e coordenada nos fundos dos do Palácio da Alvorada, passou a encarar o impeachment da nociva Dilma como “golpe” e a fusão do malfadado Ministério da Cultura ao Ministério da Cultura como um “retrocesso”. Sim, é nocivo, mas é real: na base do histerismo irracional, a corporação parasitária quer acuar, a um só tempo, a correta decisão de Michel Temer, o intimidado Ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho e, por último, porém não menos importante, mais de 80% da população brasileira revoltada com a corrupção, a miséria, o desperdício, a safadeza institucional, a vagabundagem bem remunerada e o paquidérmico Estado socialista fomentado pela quadrilha (ora desorganizada) petista.
O Ministério da Cultura – criado em pelo coronel Zé Sarney, uma figura sob todos os pontos de vista lamentável – é um caso clássico de “avanço, para trás”. Ele representava no Brasil oficial, até então, a manutenção da mais agressiva forma de aparelhamento do Estado para usufruto de uma casta privilegiada de “señoritos” que se diz à procura de uma controversa “identidade nacional” cacarejada em torno do chamado “multiculturalismo”, mistifório marxista para fermentar o acirramento da luta de classes.
O fato concreto é que o extinto MinC, para a grande maioria da sociedade brasileira, valia, exatamente, o peido de uma gata. Em resumo, basta verificar: com o aparato oficial não se criou sequer um arremedo de mercado nem se fez, como era alardeado, qualquer tipo de inclusão da massa espoliada. Tudo não passava de propaganda (cara) enganosa!
(Lembrete irônico: quanto o MinC se fez projeto, em meados de 1985, comunistas tradicionais como Antonio Callado, Moacir Werneck de Castro e Leandro Konder, entre outros, redigiram um manifesto protestando contra a sua criação. Eles temiam que o monstruoso aparato fosse manipulado pela “turma da direita” (seguiam, claro, o mote canalha de Lênin: “Acuse-os do que você é ou pretende fazer”).
Eis o fato escandaloso: sem considerar juros nem correção monetária, o Minc jogou pelo ralo, nos últimos tempos, por baixo, mais de um (1) trilhão de reais. Repito: mais de um trilhão de reais. No seu rastro, se expandiu uma pesada burocracia cultural em conluio com a casta de serviço empenhada em usurpar a grana do Estado (leia-se contribuinte) para a consecução de projetos pessoais, inexpressivos, muitos vergonhosos e/ou politicamente ideologizados. Embora vivesse afogado na divulgação de programas de pura marquetagem, pontos de cultura, editais afirmativos, etc., o Ministério da Cultura petista funcionava, na prática, como um vertiginoso mensalão para cooptar medalhões e medalhinhas da área e manter a peso de ouro uma entranhada burocracia militante no espaço perdulário da cultura oficial. Um horror!
Tudo acima mencionado é mais do que sabido e pressentido pela sociedade brasileira que foi às ruas gritar contra a corrupção e exigir a queda de Dilma, de Lula e do PT. Salvo os sanguessugas do “Estado forte”, beneficiários do festim que levou o Brasil ao buraco negro total, ninguém em sã consciência aguentava mais o rojão. A bolha secou em meio a insolvência geral.
Bem, se o Império do Mal foi derrubado, qual o problema?
O problema é que os vossos políticos, muitos deles ignorantes, se curvam diante da palavra “cultura” incensada pela mendacidade da onda vermelha. Nem Lula – o Ogro Pilantrópico – nem Renan Calheiros – o Campeão da Lava-jato – jamais entraram num teatro e, pelo que se sabe, a cultura do indiciado presidente do Senado é a cultura do gado, por sinal, inexistente. Cultura, vale dizer, não tem nada a ver com órgão oficial de governo e suas patranhas. Ela deve ser entendida como a tradição de normas de condutas aprendidas e que nunca foram “construídas” – o que nos remete à questão de que a evolução cultural não é só fruto da criação consciente da razão. Mas como explicar isso a essa gente sem fazer, antes, o haraquiri francês?
O temor, em suma, é que, pressionado pela mídia esquerdizante, o inseguro governo Temer “avance, para trás” e sacrifique ainda mais a população estuprada. Desde já, ele precisa saber que Caetano Veloso (o intelectual de miolo mole, no dizer de Merquior), Gil, Chico Buarque, Barreto, Fernanda Montenegro et caterva são, direta ou indiretamente, beneficiários do festim e não têm nenhuma responsabilidade com o possível soerguimento econômico e político da nação. Eles já se manifestaram “contra o golpe” e são aliados da desonesta Dilma Rousseff, marionete de Lula, do PT e do projeto “socialista bolivariano” de Fidel Castro – este, sim, um atraso abismal.
PS – Será necessário, ainda uma vez, colocar milhões de pessoas nas ruas para que a sociedade brasileira reafirme que não quer mais pagar o festim diabólico do aparelhado MinC?
(*) Ipojuca Pontes, ex-secretário nacional da Cultura, é cineasta, destacado documentarista do cinema nacional, jornalista, escritor, cronista e um dos grandes pensadores brasileiros de todos os tempos.