Na madrugada desta terça-feira (24), as autoridades da Grécia começaram a evacuar o campo de refugiados de Idomeni, na fronteira com a Macedônia, campo improvisado onde mais 8 mil pessoas viviam desde o fechamento da rota para o norte da Europa.
De acordo com policiais gregos, os primeiros 23 ônibus com mais de mil pessoas partiram de Idomeni para novos campos planejados próximos da cidade de Tessalônica, a cerca de 80 quilômetros do lugar atual.
Segundo George Kyritsis, porta-voz do governo para imigração, o objetivo é que a operação seja concluída em uma semana, com a transferência de todos os refugiados. Em entrevista a TV estatal grega Skai, Kyritsis disse que o processo parece ocorrer de modo pacífico até o momento. “A evacuação está ocorrendo sem nenhum problema”, afirmou.
Autoridades lutam há meses para convencer as pessoas a deixarem esse campo de refugiados, mas só agora organizaram outros locais para acomodá-los. Na fronteira, do lado da Macedônia, há uma presença massiva de policiais, mas não foram registrados confrontos.
Muitos imigrantes temem ficar retidos indefinidamente e preferem dormir em tendas em terreno lamacento perto da cerca de arame farpado. Com crescente frustração dos imigrantes, o campo tornou-se um foco de conflitos e protestos.
Cerca de 54 mil imigrantes e refugiados ficaram presos em vários campos pelo país desde que a rota através dos Bálcãs no norte europeu foi fechada neste ano. O porta-voz declarou que o governo tem cerca de seis mil vagas disponíveis em novos campos no norte grego, enquanto mais duas mil podem estar prontas até o fim da semana.
“Aqueles que arrumaram seus pertences para a viagem vão partir, porque queremos resolver isso, idealmente, até o fim da semana. Não estabelecemos um prazo definido, mas é a nossa estimativa”, disse Kyritsis.
Conforme as autoridades policiais, a polícia antidistúrbio foi enviada de Atenas para participar da operação, caso necessário. Um helicóptero da polícia também monitorava a transferência.
Os primeiros 20 refugiados procedentes da Grécia, que fazem parte da cota que a Espanha vai receber, já estão em Madri, entre eles um bebê e uma mulher grávida. Os recém-chegados, de nacionalidades síria e iraquiana e procedentes de Atenas, viverão em casas e centros de amparo das ONG Cruz Vermelha, CEAR e da Comissão Católica de Migração.
Outros 27 refugiados vindos da Itália chegarão amanhã à Espanha, país que receberá um total de 586 pessoas antes de julho, segundo fontes do Ministério do Interior. O país se comprometeu a abrigar em dois anos quase 18 mil refugiados.
