Maracanã: investigada na Lava-Jato, Odebrecht deve R$ 92 milhões ao governo do RJ

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A empreiteira baiana Odebrecht deve R$ 92 milhões ao Estado do Rio de Janeiro pela concessão do Estádio Mário Filho, o Maracanã. A construtora, envolvida na Operação Lava-Jato, está deixando a operação da arena esportiva carioca.

O detalhe nesse desenlace é que o valor em questão pode ser revisto, já que o governo fluminense admitiu que a construtora foi prejudicada pelo contrato atual. De tal modo, o acordo deve ser alterado na negociação da saída da entidade, o que deve implicar em mudança nas contas. É preciso atenção a esse novo cálculo, pois há a possibilidade de mais um escândalo de corrupção.

O balanço financeiro do Complexo Maracanã Entretenimento S.A. registra a dívida de R$ 91,9 milhões referente à outorga “ao poder concedente”. Esse valor está no passivo circulante, o que significa que teria de ser quitado em prazo maior do que dois anos.

Esse valor é só uma parte dos compromissos da empresa, que tem um total de R$ 263 milhões em dívida líquida, resultado dos seguidos prejuízos em um ano e meio de operação. Por isso, a empresa decidiu demitir sua equipe e encerrar a operação do estádio.


No mais, em meados do ano passado, a empresa já tinha pedido um reequilíbrio financeiro alegando ter sido prejudicada pelas mudanças no projeto: manutenções do Parque Julio Delamare, do Complexo Célio de Barros e de outras instalações. As negociações se prolongaram, e o Estado já aceitava que um número menor de obras teria de ser feito: o valor cairia de R$ 500 milhões para R$ 140 milhões.

Contudo, o balanço do Maracanã registra que, em 31 de março deste ano, “a companhia recebeu um ofício da secretaria de Estado da Casa Civil, na qual a entidade reconhece o desequilíbrio econômico financeiro do contrato”. Ou seja, admitiu que é necessário dar melhores condições à construtora.

O governo do Rio de Janeiro e a Odebrecht se recusaram a dar informações sobre o tamanho da dívida, ou sobre o ofício do Rio em que reconhece desequilíbrio contratual. A assessoria de ambos se limitou a dizer que as negociações sobre o reequilíbrio do contrato continuam em curso.

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