Yuan cai para o valor mais baixo em mais de cinco anos; manobra aumenta competitividade chinesa

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O Banco Central chinês anunciou nesta segunda-feira (30) desvalorização do yuan (a moeda chinesa) para a cotação mais baixa em mais de cinco anos, em relação ao dólar norte-americano, no momento em que se espera uma subida das taxas de juro nos Estados Unidos.

De acordo com as cotações do Banco Central do Brasil, o dólar valia nesta segunda 6,5784 yuans. Trata-se da cotação mais baixa da moeda chinesa desde fevereiro de 2011. O yuan não pode ser convertido inteiramente, sendo que o seu valor diante de um pacote de moedas internacionais pode variar, no máximo, 2% ao dia.

“O yuan vai sofrer uma depreciação gradual”, disse à agência de notícias Bloomberg o economista Song Yu, da Goldman Sachs. “O principal motivo para essa desvalorização será um dólar mais forte, devido às expectativas de que o FED [Federal Reserve, o Banco Central norte-americano] suba as taxas de juro”, acrescentou.

Na última semana, a presidente do federal Reserve (FED), Janet Yellen, sinalizou, durante discurso na Universidade de Harvard, que as taxas de juro nos Estados Unidos aumentarão em breve.


Em agosto, o yuan caiu quase 5% em uma semana, aumentando o receio de que Pequim esteja tentando desvalorizar a moeda para ganhar competitividade, mas as autoridades têm rejeitado essa possibilidade.

Mesmo com a negativa por parte do governo de Pequim, a desvalorização da moeda local é uma estratégia que visa não apenas aumentar a competitividade do país asiático no mercado externo, mas evitar uma crise na economia chinesa, já que o consumo interno vem caindo nos últimos meses, em claro sinal de que há algo errado na condução da política econômica.

Considerando que a economia chinesa cresceu nos últimos anos com base na exportação, o que só foi possível na esteira da produção em grandes quantidades e baixo custo, algo precisava ser feito para compensar a falta de consumo interno.

De tal modo, exportar cada vez mais é a saída para evitar um nó na segunda maior economia do planeta, a qual Lula, um dia, afirmou ser de mercado. A grande questão é o tamanho do estrago que isso provocará em outras economias ao redor do globo.

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