Imprensa amestrada diz que prisão do “Japonês da Federal” é piada pronta, mas esquece de José Dirceu

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Nada pode ser pior na democracia do que jornalismo de encomenda. Destacamos o cenário democrático, pois no totalitarismo a livre manifestação do pensamento inexiste. Conhecido como “Japonês da Federal”, o agente Newton Ishii, que ganhou notoriedade por conduzir à carceragem da PF de Curitiba os presos na Operação Lava-Jato, foi preso na terça-feira (7) por conta de condenação, em segunda instância, por facilitação ao contrabando.

A prisão de Ishii, que chegou a ser requisitado para “selfies” em vários lugares e teve sua imagem transformada em máscara carnavalesca, mostra que no Brasil ninguém está acima da lei e da Justiça. Isso é um sinal de que o País deu os primeiros passos na seara da mudança, apesar de alguns alarifes profissionais continuarem apostando na impunidade.

Se para muitos a condenação e a prisão do “Japonês da Federal” configuram fato positivamente inusitado, para alguns profissionais de comunicação, que ainda insistem em beneficiar o PT no noticiário, é motivo para afirmar que o Brasil é o “país da piada pronta”. Isso porque, no entendimento desses comunicólogos de aluguel, é inacreditável que aquele que prendia os malandros da Lava-Jato acabou preso. Não poderia ser diferente, pois a Constituição Federal é clara ao estabelecer, em seu artigo 5º, que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.


Se a prisão de Newton Ishii demonstra que vivemos no “país da piada pronta”, alguém precisa esclarecer qual status foi alcançado pelo Brasil por ocasião das duas prisões de José Dirceu de Oliveira e Silva, o presunçoso petista que acreditou ser inalcançável em seus truques e agora mofa em uma cela do Complexo Médico-Penal de São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, por conta do seu envolvimento no maior escândalo de corrupção da história, o Petrolão.

Quando o PT chegou ao governo central, Dirceu, sempre a reboque da sua conhecida empáfia, ousou afirmar que a partir daquele momento o Brasil estava livre da corrupção. Considerando que somente os incautos acreditaram nessa bravata, não demorou muito para o primeiro escândalo de corrupção da era Lula ter na proa o próprio José Dirceu, envolvido em imbróglio capitaneado por Waldomiro Diniz. Desde então, o outrora comissário palaciano dedicou-se ao banditismo político, enquanto fingia ser um consultor de sucesso.

Por ocasião da prisão de José Dirceu, no âmbito da Ação Penal 470 (Mensalão do PT), nenhum dos que hoje classificam o caso do “Japonês da Federal” como “piada pronta” teceu qualquer comentário. O prócer petista ganhou milhões de reais enquanto cumpriu pena de prisão, em regime fechado, no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, mas ninguém falou em “piada pronta”. Afinal, era preciso blindar um dos comandantes da bandalheira que reinava no Palácio do Planalto.

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