Teori libera segunda denúncia contra Cunha para julgamento, mas segura investigação sobre Lula

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Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator dos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, Teori Zavascki parece ter aderido à onda da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tem olhos apenas para Eduardo Cunha (PMDB-RJ), único político que já sente o peso da mão da Justiça por seu envolvimento no Petrolão, maior esquema de corrupção de todos os tempos.

Zavascki liberou para julgamento no STF a segunda denúncia contra Cunha, que foi afastado da presidência da Câmara dos Deputados e teve seu mandato parlamentar suspenso por decisão do próprio relator. A acusação da PGR tem por base investigação, de outubro passado, sobre Cunha, a jornalista Cláudia Cruz e Danielle Cunha, esposa e filha do parlamentar, respectivamente. O inquérito aponta indícios de que o deputado cometera os crimes de evasão de divisas, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Além dos crimes acima citados, Eduardo Cunha é acusado de falsidade ideológica por omitir rendimentos na prestação de contas à Justiça Eleitoral, sendo que nesse caso a PGR pede a cassação do mandato.


De acordo com a denúncia, o presidente afastado da Câmara recebeu US$ 1,31 milhão (pouco mais de R$ 5milhõe) em conta bancária na Suíça. O dinheiro da propina é fruto da aquisição, pela Petrobras, de um campo de petróleo em Benin, na África, negócio que o peemedebista viabilizou. A Procuradoria pede a devolução de valores e reparação de danos materiais e morais no valor de duas vezes o montante da propina.

Cunha cometeu crimes e deve pagar de acordo com o que determina a legislação vigente, mas não pode ser o único a sangrar na esteira da Lava-Jato. Há outros políticos envolvidos no esquema que sequer foram incomodados pela Justiça, tendo, no máximo, prestado depoimento na Polícia Federal.

O ministro Teori Zavascki, que, como mencionado, aderiu à turba dos obcecados por Cunha, deveria adotar celeridade em relação ao caso do lobista-palestrante Lula, que continua impune, apesar de seu inconteste envolvimento no Petrolão. A força-tarefa da Lava-Jato, em Curitiba, já requisitou o processo do petista, mas o relator parece decidido a proteger o malandro-mor dessa terra de ninguém chamada Brasil.

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