Lava-Jato: Gleisi levará senadores petistas para visitar Vaccari na cadeia e evitar delação explosiva

gleisi_hoffmann_1013 (waldemir barreto - agencia senado)

A senadora Gleisi Helena Hoffmann, antes de filiar-se ao Partido dos Trabalhadores, passou pelo PCdoB. Sua função entre os comunistas era a de “tarefeira”, ou seja, fazia qualquer negócio pelo partido. Contudo, no PT sua atuação não é diferente. Não há trabalho sujo ou repulsivo demais para Gleisi, pois a parlamentar paranaense é conhecida por topar tudo quando o assunto é defender a legenda e seus próceres.

A mais recente missão dada pela cúpula petista à Gleisi Hoffmann não é das mais fáceis: liderar uma caravana de senadores para ir a Curitiba e tentar demover o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, de fazer delação premiada.

Abandonado pelo PT, Vaccari tem 57 anos e já foi condenado a 23 anos. Se não delatar o que sabe à força-tarefa da Operação Lava-Jato, certamente acabará esquecido atrás das grades, mesmo considerando as progressões penais previstas em lei. Em outras palavras, pode morrer na cadeia. Vaccari avisou, através da revista Veja, que está disposto a contar o que sabe em troca de redução da pena.

A ausência de bom senso entre os petistas faz com que a senadora não perceba o quão absurdo é um grupo de senadores, usando passagens pagas pelo Senado, ir a dado presídio tentar convencer um criminoso a não contar o que sabe às autoridades. Mas esse é o pensamento de Gleisi e de muitos “companheiros”. Tudo o que é torto e errado parece certo e virtuoso para um petista, desde que haja uma nesga de possibilidade de defender a legenda. Em outras palavras, quando estão a serviço da causa, ou de encher o próprio bolso, como demonstram as cinco denúncias de corrupção contra Gleisi por delatores da Lava Jato, vale tudo.


Os senadores que integrarão essa caravana do absurdo justificarão a viagem a Curitiba como “missão humanitária” para consolar o companheiro Vaccari. Pouco importa se alguém lembrar que até agora nenhum “companheiro” preocupou-se com o ex-tesoureiro, antes de ele revelar que não está mais disposto a morrer na cadeia pelo PT.

Vaccari, segundo a revista Veja, é um dos poucos que podem detalhar a participação da afastada Dilma Rousseff no Petrolão, o maior esquema de corrupção de todos os tempos. Para complicar, o ex-tesoureiro petista poderá oferecer provas sobre o papel de Lula como mentor dos esquemas criminosos do Mensalão do PT e do Petrolão. Pdoerá também identificar contas secretas no exterior e listar os políticos que chafurdaram nos gordos “pixulecos” que ele próprio administrava.

A explosão provocada pela delação de Vaccari pode ser devastadora e liquidar o que restou do PT. Não por acaso, Gleisi e uma comitiva de nervosos senadores petistas irão a Curitiba tentar convencer o ex-tesoureiro a manter a “omertà”, palavra de origem napolitana representa um código de honra das organizações mafiosas e garante o compromisso do silêncio diante de investigações.

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