Cunha ainda não decidiu sobre delação, mas procuradores da Lava-Jato já esfregam as mãos

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Presidente afastado da Câmara dos Deputados e com o mandato suspenso por determinação do ministro Teori Zavascki (STF), o peemedebista Eduardo Cosentino da Cunha certamente cairá atirando contra adversários e outrora aliados, mas ainda não há confirmação de que o parlamentar fará delação como forma de minimizar os efeitos de sentença condenatória.

Como se delação premiada fosse fornada de pão quente na padaria da esquina mais próxima, um procurador da Lava-Jato disse que uma eventual colaboração de Cunha será bem recebida pelo Ministério Público Federal. “Se numa família de cinco investigados, um cai e quer delatar os outros, por que nós não vamos querer?”, afirmou o representante do MPF em tom de questionamento.

O fato de a advogada Fernanda Tórtima, responsável pela pífia e esquisita delação de Sérgio Machado, integrar a equipe de defensores de Cunha não significa que o mesmo já optou pela colaboração premiada. Ao contrário de Machado, o presidente afastado da Câmara é frio e estrategista, apesar da dificílima situação política que enfrenta.

Em vez de preocupar-se com a possível delação de Eduardo Cunha, o procurador-geral deveria se empenar na elucidação do vazamento dos pedidos de prisão de próceres do PMDB, cuja argumentação jurídica apresentada ao STF é uma ode ao deboche.


Ademais, a delação de Sérgio Machado continua despertando suspeitas das mais diversas, pois atendeu aos interesses de alguém ao minar o já conturbado político, sem que qualquer prova fosse carreada ao acordo para justificar as acusações.

Diferentemente do ex-presidente da Transpetro, Eduardo Cunha não apenas fornecerá informações relevantes acerca da avalanche de corrupção que derreteu o País em pouco mais de uma década, mas apontará o caminho das provas, sem as quais qualquer denúncia cai na vala do descrédito.

Cunha é meticuloso e certamente colecionou provas e mais provas ao longo dos anos, ao ponto, mesmo combalido em termos políticos, ter conseguido manter-se a frente das decisões da Câmara durante o esperado bombardeio de que foi alvo.

O UCHO.INFO continua afirmando que a queda de Eduardo Cunha será no melhor estilo “front” de guerra, com grande chance de não deixar pedra sobre pedra no cenário político nacional. Diante desse cenário, o melhor é torcer para que Cunha solte a voz o quanto antes, pois o Brasil não mais suporta tão grave crise institucional, em que os Poderes fingem normalidade enquanto medem forças.