Rio-2016: Agência Mundial Antidoping investiga natação e alerta para exclusão completa da Rússia

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Na segunda-feira (20), a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) anunciou a abertura de investigações sobre o doping nas equipes de natação na Rússia. A China também está sendo investigada. O presidente da agência, Craig Reedie, afirmou que não está descartada uma exclusão completa do país dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.

O ex-presidente da Wada e autor do informe que revelou os esquemas de doping do atletismo da Rússia com o apoio do Estado, Dick Pound, deixou claro em uma entrevista ao jornal britânico Sunday Times, no último final de semana, que uma exclusão completa “não seria impossível”.

Na última sexta-feira (17), a Associação Internacional das Federações de Atletismo anunciou a exclusão dos atletas russos do evento no Brasil, depois de considerar que Moscou não dá garantias de que seus atletas não estejam dopados.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) declarou seu apoio às medidas e, nesta terça-feira (21), em Lausanne, realiza uma reunião de emergência para debater como atletas “inocentes” podem participar da Olimpíada.

De acordo com o vice-presidente do COI, John Coates, não existe chance de um retorno completo do atletismo da Rússia ao evento no Rio. “Não há um questionamento sobre isso”, revelou.

Contudo, não se exclui que o caso ganhe novas proporções. Conforme Reedie, a Wada abriu investigações sobre suspeitas de doping sistemático entre os nadadores russos, além dos chineses.


Uma investigação está em sua fase final sobre a situação do laboratório de Sochi, usado nos Jogos de Inverno de 2014, e que teriam sido alvo de ampla manipulação por parte dos dirigentes. A tarefa está com o canadense Richard McLaren. O documento será apresentado no dia 15 de julho.

As primeiras evidências coletadas pelos investigadores apontam como o Ministério dos Esportes da Rússia “orquestrou” a manipulação, inclusive para o Mundial de Atletismo de 2013. “Se esse informe indicar transgressões de qualquer tipo, então teremos a oportunidade de demonstrar nosso compromisso coletivo em limpar o esporte”, disse Reedie.

O caso do doping russo tem se transformado em um dos principais escândalos do esporte mundial nos últimos anos. Desde a eclosão das informações, há dois anos, dois funcionários de alto escalão dos laboratórios morreram de forma misteriosa.

Ex-chefe do laboratório russo, Grigory Rodchenkov foi obrigado a fugir para Los Angeles e, em entrevista a jornais norte-americanos, revelou como ele trocava a urina dos atletas que seriam testados. Ele também deixou claro que contou com a ajuda de pessoas que trabalhavam para os serviços de inteligência no governo russo.

Nos últimos dias, atletas russos afetados pela exclusão, como Yelena Isinbayeva, têm declarado que as medidas contra a Rússia possuem “caráter político” e são “violações de direitos humanos”.

O presidente russo, Vladimir Putin, por sua vez, garantiu que “não existe doping de Estado” em seu país.

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