O ex-prefeito de Londres e deputado conservador Boris Johnson, uma das principais figuras da campanha pelo Brexit, decidiu nesta quinta-feira (30) não apresentar sua candidatura ao cargo de novo primeiro-ministro britânico e à liderança de seu partido.
Johnson disse que não é a “pessoa certa” para substituir o ex-premiê David Cameron, que, após o referendo que resultou na saída do Reino Unido da União Europeia (UE) na última quinta-feira, anunciou que renunciaria.
“Depois de consultar colegas e diante das circunstâncias no Parlamento, concluí que essa pessoa não pode ser eu”, declarou.
O político afirmou que o novo líder precisa transmitir “esperança” e “ambição” ao povo britânico depois do referendo que teve apoio de 52% dos eleitores pelo Brexit:
“Meu papel será dar todo suporte possível à próxima gestão do partido para assegurar que nós atendamos a demanda das pessoas no referendo e cumpramos a agenda em que eu acredito e nos ater às pessoas esquecidas desse país.”
Durante a campanha pela saída do Reino Unido do bloco, gerou enorme controvérsia a promessa feita por Johnson de que o país deixaria de enviar 350 milhões de libras esterlinas a Bruxelas todas as semanas, para investir em saúde pública.
Vários organismos públicos desmentiram esse número e disseram que a contribuição britânica à UE fica quase na metade, se for computado o reembolso negociado na década de 1980 pela então primeira-ministra Margaret Thatcher.
Disputa
Com a saída repentina de Johnson da disputa, a atual ministra do Interior, Theresa May, se torna a favorita a ocupar o cargo. Ela formalizou sua candidatura nesta quinta.
“Não deverá haver nenhuma tentativa de permanecer na UE, nenhuma tentativa de voltar ao bloco nem de um segundo referendo”, afirmou.
O anúncio de Johnson vem depois de o ministro da Justiça, Michael Gove, um dos líderes da campanha pelo “Leave” e principal apoiador do ex-prefeito londrino, anunciar que também concorreria ao cargo de premiê. Nesta quinta, Gove afirmou que Johnson “não pode oferecer a liderança necessária para a tarefa que vem adiante”.
Stephen Crabb, Liam Fox e Andrea Leadsom também estão na corrida pela liderança do Partido Conservador, que deve ser definida em 9 de setembro. (Com agências internacionais)