Gleisi confraterniza com “movimentos sociais” para comemorar a soltura do marido Paulo Bernardo

gleisi_hoffmann_1042

Ninguém pode acusar a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) de ter algum vestígio de senso de ridículo. No último final de semana, a parlamentar paranaense confraternizou com “movimentos sociais” petistas para comemorar a soltura do marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva, preso na Operação Custo Brasil por suspeitas de envolvimento em esquema criminoso que lesou servidores aposentados em R$ 100 milhões.

A própria Gleisi registrou no Facebook a comemoração pela libertação do marido. Na peculiar visão da senadora, a prisão de Bernardo, que teria embolsado R$ 7 milhões do esquema, armado quando ele era ministro do Planejamento de Lula e que funcionou de forma deliberada até meados de 2015, teria sido vítima de uma espécie de “contragolpe da direita”.

Sem medo de ser feliz, ou ridícula, Gleisi afirma que a prisão do marido ocorreu como parte de “uma manobra” para desviar a atenção das pessoas dos problemas de corrupção envolvendo outros partidos. Roubar aposentados endividados, que recorreram ao empréstimo consignado seria, segundo esse peculiar ponto de vista, um crime menor, antigo, sem importância.


Como de costume, a senadora mostra estar enganada. Estranha não foi a prisão de Paulo Bernardo, mas sua soltura. Nota da coluna Painel, do jornal “Folha de S. Paulo”, resume essa estranheza. Segundo a publicação, até técnicos do STF estranharam a decisão do ministro Dias Toffoli. “Os técnicos do STF se espantaram com a decisão do ministro Dias Toffoli de mandar soltar Paulo Bernardo, ato que não constava no pedido da defesa”.

Um deles disse para o jornal: “É como se os advogados pedissem uma Caloi e ganhassem uma Harley-Davidson”.

Além de comemorar o marido livre leve e solto, Gleisi relata, em seu Facebook, sua mobilização para recolocar Dilma no poder. Confira:

“Participei hoje a tarde de um bate papo muito legal em Brasília com servidores, na 209 norte, ao ar livre. Pessoal se encontra todo domingo pra falar sobre política e organizar as atividades da semana de resistência ao golpe, contra o impeachment. São servidores públicos do Distrito Federal que sabem o que está em jogo com este governo do Michel Temer. São pessoas que tem nos ajudado no Congresso Nacional, mobilizado as pessoas, trabalhado nas redes e também nas ruas, pra mostrar que temos que resistir. E essa semana vai ser uma semana muito importante. É a semana que nós vamos discutir o resultado da perícia na comissão do impeachment e também temos a apresentação da defesa da presidenta Dilma. É uma semana decisiva para fazermos o enfrentamento”.

apoio_04