Custo Brasil: Justiça Federal bloqueia R$ 102 milhões do PT, de João Vaccari e de Paulo Bernardo

paulo_bernardo_1005

São todos inocentes e a Justiça age como um ente golpista de direita. Assim pensam os petistas encalacrados em escândalos de corrupção, como, por exemplo, os flagrados pela Polícia Federal em um esquema criminoso que lesou em aproximadamente R$ 100 milhões os servidores federais, em especial os aposentados, que recorreram a empréstimos consignados.

Apesar de todas as inverdades balbuciadas pelos investigados na Operação Custo Brasil, a Justiça Federal de São Paulo determinou o bloqueio de até R$ 102,6 milhões das contas do Partido dos Trabalhadores, do de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro da legenda e que cumpre pena de prisão na esteira da Operação Lava-Jato, e do ex-ministro Paulo Bernardo da Silva, marido da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR).

De acordo com o juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, o PT foi um dos principais beneficiários do dinheiro desviado de empréstimos consignados contraídos pelos servidores federais e que foram prejudicados pelo esquema Consist. O valor bloqueado por determinação da Justiça equivale a quase 90% do que a legenda recebeu de fundo partidário em 2015 (R$ 116,2 milhões).

“Os colaboradores apontam Vaccari como uma espécie de mentor de esquema de desvio de dinheiro no caso CONSIST”, destacou o juiz no despacho. “O principal beneficiário do esquema seria o Partido dos Trabalhadores”, completou o magistrado.


Além dos três alvos da decisão, o juiz Paulo Bueno Azevedo determinou o bloqueio de igual valor das empresas Consist e da CSA NET, integrantes do esquema que funcionou no Ministério do Planejamento entre 2010 e 2015.

Ex-tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, que teve nova prisão decretada na segunda-feira (4) na Operação Abismo (31ª fase da Lava-Jato), teve bloqueados R$ 755,9 mil, valor que teria recebido no esquema de propina. O juiz também determinou o bloqueio de 120 mil da Editora 247, que edita o site “Brasil 247”, referente aos valores repassados ao portal de notícias.

Os investigadores encontram fortes indícios de que o Ministério do Planejamento, durante a gestão do petista Paulo Bernardo, contratou de forma bisonha a Consist, foi encarregada de gerenciar na folha de pagamento dos servidores federais os empréstimos consignados contraídos junto a bancos privados. De acordo com a investigação, 70% dos valores recebidos pela Consist eram repassados ao PT e às pessoas que participaram do esquema.

A Justiça também bloqueou R$ 34,1 milhões das empresas Consucred Serviços e Consulcred Tecnologia, além de R$ 1,9 milhão da Politec. O advogado Guilherme de Salles Gonçalves, que teria repassado valores ao ex-ministro Paulo Bernardo e à senadora Gleisi Hoffmann, teve bloqueados R$ 7,6 milhões. Outros intermediários de recursos tiveram bloqueios limitados aos valores recebidos ou que transitaram pelas respectivas contas bancárias.

apoio_04