Militares controlam distribuição de alimentos na Venezuela; Maduro abusa do populismo

(C. G. Rawlins - Reuters)
(C. G. Rawlins – Reuters)

As Forças Armadas venezuelanas assumiram, na terça-feira (12), o controle sobre a distribuição de alimentos, em desesperada tentativa do governo de combater a escassez de bens essenciais que ameaça a estabilidade do país que sangra à sombra de uma ditadura esquerdista covarde e truculenta.

O presidente Nicolás Maduro, aprendiz de tiranete, assinou o decreto criando a “grande missão de abastecimento soberano e seguro, sob o estado de exceção e emergência econômica”, declarado pelo governo no início do ano e que permite o estabelecimento de novas medidas sem a necessidade de aprovação no Congresso, controlado pela oposição.

O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, responsável pela coordenação da missão de abastecimento, afirmou que o decreto que dá aos militares o poder de forçar as empresas privadas a comercializar bens essenciais se justifica por questões de “segurança e defesa da nação”.

“Assumimos o controle sobre alguns portos e começamos a ir a alguns armazéns, depósitos e empresas públicas e privadas”, disse o ministro. Na segunda-feira, o presidente havia dito que a missão deverá pôr fim à prática de oficiais corruptos que desviam as entregas de alimentos à população para revendê-los no mercado negro.


De acordo com estudo da Universidade Simon Bolívar, nove em cada dez venezuelanos não conseguem comprar quantidades suficientes de alimentos, enquanto a diminuição dos estoques leva ao aumento dos preços. Os venezuelanos aguardam, em média, 35 horas por mês em longas filas para adquirir alimentos subsidiados. Enquanto isso, aumentam os protestos e os atos de violência, ameaçando a estabilidade social.

Maduro atribui as diversas crises que o país atravessa a uma “guerra econômica” e a sabotagens levadas adiante pela oposição e pelos Estados Unidos. A oposição, por sua vez, culpa as políticas do presidente pelo ao caos econômico.

Herdeiro político do ditador Hugo Chávez, o atual presidente da Venezuela é demasiadamente populista, mas sua conhecida e devastadora incompetência levou o país a um caos econômico sem precedentes na história moderna do planeta.

De tal modo, usar a força militar do Estado para pressionar culpar a iniciativa privada pela situação é o que restou a um totalitarista que não mais sabe o que fazer para continuar no poder. O que Maduro não diz é que as empresas privadas que são ameaçadas pelo governo não têm como produzir por falta de matéria prima.

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