Custo Brasil: Paulo Bernardo depõe na PF em SP; ex-tesoureiro do PT continua preso e abandonado

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Alvo da Operação Custo Brasil, desdobramento da Operação Pixuleco II (18ª fase da Lava-Jato), o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações) prestou depoimento na tarde desta terça-feira (19) na sede da Polícia Federal, em São Paulo.

Preso no último dia 23 de junho sob a acusação de integrar um esquema criminoso que surrupiou perto R$ 100 milhões de servidores federais aposentados, que recorreram a empréstimos consignados, Paulo Bernardo foi solto uma semana depois por decisão até agora incompreendida do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A defesa de Paulo Bernardo nega o envolvimento do cliente no esquema que girava a partir da empresa Consist, mas os depoimentos de colaboração premiada do petista Alexandre Romano, o “Chambinho”, desmonta a tese dos advogados do ex-ministro. Considerando que “Chambinho” está em liberdade vigiada e que isso só foi possível porque revelou fatos comprometedores e passíveis de comprovação, a situação de Bernardo não é tão simples.


Contratada para gerenciar o pagamento das parcelas dos empréstimos consignados, a Consist repassava 70% do seu faturamento ao PT e a políticos envolvidos no esquema, de acordo com informações da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal. “Dezenas de milhares de funcionários públicos foram lesados”, disse o superintendente da Receita Federal em São Paulo, Fábio Ejchel.

Por ocasião da “Custo Brasil”, onze mandados de prisão preventiva foram expedidos pela Justiça Federal em São Paulo. Além de Paulo Bernardo, outros sete investigados no esquema milionário também foram soltos na esteira da decisão do ministro Dias Toffoli. Dois continuam presos, sendo um deles o ex-tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, marido da ex-ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social).

Como sempre acontece quando “companheiros” envolvem-se em escândalos de corrupção, Paulo Ferreira foi abandonado pelo PT e não se deve descartar a possibilidade de uma delação premiada em breve. No caso de Ferreira soltar a voz, seu depoimento terá de coincidir com o de Alexandre Romano, o “Chambinho”, sob pena de uma delação invalidar a outra.

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