O Brasil está em crise, mas presidente da Câmara defende apenas dois dias de trabalho por semana

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Vivendo a maior crise da sua história, o Brasil é refém de políticos que creem na tese de que tudo pode ser deixado para depois. O que faz do País o paraíso do “faz de conta”.

No momento em que a economia precisa de mudanças estruturantes para iniciar o combate à crise que tira o sono da sociedade, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), surge com a proposta bizarra de limitar a dois dias os trabalhos na Casa legislativa durante a Olimpíada do Rio de Janeiro, que começa em 5 de agosto, e estender o modus operandi até as eleições municipais, que acontecem em 2 de outubro (primeiro turno).

A proposta de Maia nada mais é do que uma bofetada na face dos brasileiros de bem, que madrugam para, com o suado dinheiro, financiar a classe política nacional, cada vez mais fisiologista, inoperante e bandoleira. A ideia remete a um cenário em que o segundo semestre deste ano é mais um período perdido, pois em importantes cidades brasileiras as eleições serão decididas em segundo turno.

O presidente da Câmara alega que deputados farão nesse período o chamado “esforço concentrado” (como se fosse verdade), votando matérias importantes às segundas e terças-feiras. Ou seja, os parlamentares marcarão presença em Brasília apenas dois dias por semana, o que configura o emprego dos sonhos. Na iniciativa privada, uma proposta como essa já teria rendido demissão ao autor da mesma.


Em qualquer país minimamente sério, Rodrigo Maia já teria sido escorraçado da presidência da Câmara, cargo em que estreou há poucos dias. Absurda, a proposta dá aos políticos o direito de atuarem livremente durante as eleições municipais, sem a perda do gordo salário mensal, além das canhestras verbas de gabinete.

Se um político deseja participar da eleição municipal ou apoiar determinada campanha, que licencie-se do mandato por 121 dias, sem direito a remuneração, como prevê o Regimento Interno da Câmara, deixando que as questões legislativas fluam em consonância com as necessidades de um país que encontra-se no atoleiro da crise. Há suplentes em número suficiente para substituir os titulares licenciados, o que de certa forma garante a continuidade dos trabalhos parlamentares.

A sugestão de Rodrigo Maia é mais um fruto putrefato que despenca da cesta de acordos espúrios que garantiram sua eleição ao cargo. Com a esquerda nacional, em especial o PT, tentando ressurgir das cinzas políticas, esse interregno proposto por Maia é mais um mimo do democrata aos políticos que patrocinaram o maior escândalo de corrupção de todos os tempos.

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