“Olimpíada da sujeira”: poluição da Baía de Guanabara é destaque na imprensa internacional

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A poluição das águas do Rio de Janeiro é um dos principais alvos de críticas da imprensa nacional e internacional há muito tempo. O assunto, que parecia ter sido esquecido nas últimas semanas por conta do Zika vírus, a duas semanas dos Jogos Olímpicos volta a ser destaque.

Na quinta-feira (21), o jornal norte-americano The Washington Post publicou reportagem com o título “A lagoa em frente ao Parque Olímpico do Rio é tão imunda que os peixes estão morrendo”.

A matéria lembra que o governo brasileiro havia prometido limpar 80% da água de esgoto na Baía de Guanabara. Contudo, a meta não foi alcançada e parou nos 50%. O artigo ainda cita as lagos Rodrigo de Freitas e a de Jacarepaguá.

De acordo com o jornal estadunidense, o Brasil prometeu “jogos verdes por um planeta azul” e, em vez de disso, terá a “Olimpíada da sujeira”.


“Quando falamos sobre o legado ambiental, falamos de saúde pública. Neste aspecto, o Rio é um fracasso”, ressaltou o oceanógrafo David Zee, que estudou as águas do Rio de Janeiro por décadas.

O jornal também destacou o “cheiro podre” no entorno do Parque Olímpico e conversou com pescadores da região de Jacarepaguá, que disseram que “a lagoa está morta” e que peixes costumam flutuar pelas águas cinzentas.

O The Washington Post relata que os subúrbios da zona Oeste do Rio, local do Parque Olímpico e Vila Olímpica, cresceram rapidamente nas últimas décadas e a infraestrutura de saneamento não conseguiu acompanhar esse ritmo.

Um porta-voz da Secretaria do Meio Ambiente do governo do estado revelou que os esforços para despoluir as lagoas ficaram ainda mais complicados por causa da “falta de coesão entre os diferentes órgãos governamentais responsáveis”.

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