Oportunista, Suplicy é detido em protesto contra reintegração de posse na Zona Oeste de SP

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Se a política brasileira fosse um necrotério, uma das carpideiras de plantão certamente seria o petista Eduardo Suplicy, ex-senador da República e candidata a vereador na eleição de outubro próximo. Nesta segunda-feira (25), a exemplo do que fez durante anos a fio, Suplicy juntou-se aos moradores de área da prefeitura paulistana que protestavam contra ação de reintegração de posse determinada pela Justiça.

O protesto aconteceu no bairro Cidade Educandário (Zona Oeste), na região da Rodovia Raposo Tavares, onde uma área de risco, pertencente à municipalidade, foi ocupada por aproximadamente 350 famílias. Os moradores montaram barricadas nas entradas do terreno, ateando fogo em colchões, moveis e madeira.

Suplicy foi detido pela Polícia Militar e levado a uma delegacia de polícia próxima por tentar impedir a reintegração de posse. O petista deitou-se na rua para impedir o avanço dos policiais militares e dificultar o acesso dos representantes da Justiça à área. O ex-senador foi detido por desobediência e carregado pelos policiais. Tudo o que ele precisava para colocar sua campanha em marcha.


Às 8 horas da manhã desta segunda-feira, a tropa de Choque, da Polícia Militar, chegou ao local e a situação ficou tensa. Diante da resistência dos moradores da área, policiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, mas foram recebidos por manifestantes que arremessaram paus e pedras.

De acordo com informações da Prefeitura de São Paulo, as casas foram construídas em um barranco, o que faz com que a área seja considerada de risco. Cadastrados para recebimento do “bolsa-aluguel”, os moradores insistiam em permanecer no local, mesmo sabendo do perigo.

Causa espécie o fato de um político experiente como Eduardo Suplicy adotar tal postura, quando na verdade deveria explicar aos moradores o risco que representa permanecer na área, que a qualquer momento pode desmoronar. O petista deveria fazer a interface entre os ocupantes da área e a Prefeitura, mas por interesse eleitoral preferiu juntar-se ao protesto. Afinal, a rebeldia de ocasião rende muito mais votos do que o bom senso. A grande questão é que se os moradores ficam na área e o terreno vai abaixo, a culpa pela tragédia será da municipalidade.

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