Presos em 23 de fevereiro na Operação Acarajé, 23ª fase da Operação Lava-Jato, o marqueteiro João Santana – responsável pelas principais campanhas petistas – e sua mulher e sócia Mônica Moura devem ser soltos ainda nesta segunda-feira (1º) por decisão do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Segundo a força-tarefa da Lava-Jato, há indícios de que João Santana recebeu US$ 3 milhões de offshores ligadas à empreiteira Odebrecht, entre 2012 e 2013, e US$ 4,5 milhões do engenheiro e operador de propinas Zwi Skornicki, entre 2013 e 2014. De acordo com a Polícia Federal e com o Ministério Público Federal (MPF), o dinheiro tem origem no esquema de corrupçãoq eu durante uma década funcionou deliberadamente na Petrobas.
Responsável na primeira instância do Judiciário pelos processos decorrentes da Lava-Jato, Moro tomou a decisão com base em pedido apresentado pelo criminalista Fabio Tofic, que defende Mônica Moura e coordenada as ações a que responde o casal de publicitários.
A decisão do juiz Sérgio Moro não tem qualquer relação com os acordos de colaboração premiada de Santana e Mônica, mas porque diante do que foi investigado nesse período não há mais razão para a manutenção da prisão de ambos.
O despacho de Moro de chofre contempla apenas Mônica Moura, mas ao final da decisão o magistrado destacou que o benefício poderia ser estendido a João Santana, em caso de solicitação formal por parte dos advogados.
A cada um foi aplicada multa no valor de R$ 28,7 milhões, além de exigida a entrega do passaporte e a proibição de manter contato com outros investigados na Lava-Jato. Mônica e Santana serão colocados em liberdade sem tornezeleira eletrônica.