Gleisi desafia a Justiça a localizar dinheiro roubado de aposentados e diz “não pegamos um centavo”

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Senadora pelo PT paranaense, Gleisi Helena Hoffmann decidiu falar sobre o surrupio de R$ 100 milhões de servidores federais aposentados, perpetrado por uma quadrilha que teria como chefe seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva, e seu advogado, Guilherme Gonçalves, o qual teria sido usado o dinheiro imundo para pagar contas pessoais da parlamentar petista.

Com a desfaçatez habitual, Gleisi saiu em defesa do marido, denunciado, juntamente com outros dezenove investigados, pelo Ministério Público Federal por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo o MPF, Paulo Bernardo patrocinou a montagem de uma organização criminosa responsável por lavar dinheiro e pagar propinas ao PT e a diversos agentes públicos e privados, operação que movimentou pouco mais de R$ 100 milhões.

Em pronunciamento na tribuna do Senado, Gleisi disse que já esperava essa iniciativa, após o indiciamento e da “prisão absurda”, que correu no escopo da Operação Custo Brasil, da Polícia Federal. A senadora desafiou os procuradores a apontar o local ou o destino do dinheiro roubado.

“Onde está esse dinheiro? Eu faço um desafio aqui a esse procurador, a esse juiz, à Polícia Federal: achem esse dinheiro! Onde nós colocamos? Não há um centavo. Nós não pegamos um centavo. Meu patrimônio não chega a esse montante; aliás, ele é absolutamente compatível com o que ganho. Eu desafio esses promotores que adoram fazer discurso a dizer onde está esse dinheiro”, afirmou.


Gleisi não explicou porque o advogado Guilherme Gonçalves, igualmente preso pela Polícia Federal por participação no esquema criminoso, pagava suas contas em vez de receber honorários por serviços prestados, como é habitual e manda a lógica.

A parlamentar novamente tentou politizar as denúncias, como se as acusações que envolvem ela e seu partido em esquemas milionários de corrupção fossem apenas manobras políticas.

Em tom de ironia, a senadora disse que os procuradores, “que gostam tanto de política”, deveriam se candidatar. Ela afirmou que os procuradores não têm coragem e preferem ficar no conforto de exercer um cargo com estabilidade e de falar o que querem, “sem ter que ter responsabilidade”.

“Aliás, quando se fala que eles devem ser responsabilizados pelos seus atos, são os primeiros que pulam para trás e acham que não devem”, disse a petista, que agora se divide entre duas defesas; a do marido e a da presidente afastada. Sem contar as graves acusações que lhe impuseram ao menos seis delatores da Operação Lava-Jato.

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