Rio-2016: assalto sofrido por ministro português derruba profecia de Eduardo Paes sobre segurança

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Conhecido por ser um gazeteiro contumaz, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), parece não se cansar de prometer o que sabe ser impossível cumprir. Dias antes de pedir trégua para a cidade em relação às reclamações vindas de todas as partes no âmbito dos Jogos Olímpicos, Paes disse que durante o evento esportivo a capital fluminense seria o local mais seguro do planeta.

Com a grave crise que corrói a segurança pública do Rio de Janeiro e o avanço do crime organizado (leia-se traficantes), uma promessa como essa é típica de quem valeu-se das bazófias ao longo da carreira política. Eduardo Paes já deveria ter se manifestado oficialmente sobre o assalto de que foi vítima o ministro da Educação de Portugal, Tiago Brandão Rodrigues, que teve seus pertences levado por criminosos armados quando, no começo da noite do último sábado (6), caminhava por Ipanema.

Logo depois do crime, agentes da Operação Lagoa Presente foram informados de que dois homens haviam roubado um casal de turistas nas imediações da Lagoa e fugido. Os agentes localizaram e prenderam Márcio Luiz Brandão, conhecido como Tiemen, morador da comunidade Pavão-Pavãozinho, mas seu comparsa fugiu.

Enquanto tentava escapar, Brandão, o assaltante, foi agredido por pessoas que testemunharam a ação criminosa. Ferido, o assaltante foi levado pelos policiais ao Hospital Municipal Miguel Couto, onde recebeu atendimento médico. De acordo com informações da Operação Lagoa Presente, o marginal ofereceu suborno de R$ 5 mil para tentar evitar sua prisão.


Os pertences do ministro português foram devolvidos, mas a Polícia Civil informou apenas que o crime tratou-se de um “roubo a um ministro de Estado estrangeiro”.

Esse tipo de situação era esperado, pois a criminalidade nas grandes cidades brasileira há muito saiu do controle das autoridades, que continuam usando discursos rocambolescos como forma de justificar as gravíssimas falhas na segurança pública.

A escalada do crime é fruto de políticas públicas equivocadas, que ao longo de décadas serviram apenas para incensar governos incompetentes e corruptos.

Na última sexta-feira (5), horas depois da cerimônia de abertura da Olimpíada, sobraram declarações acerca da lição que o Brasil havia dado ao restante do planeta sobre sua capacidade de superação. Como o Brasil não é um dos muitos estúdios de Hollywood e muito menos o presidente da República é o cineasta Steven Spielberg, resta saber o que acontecerá com o Rio depois do fim dos Jogos. Se voltar a ser a barafunda de antes, os cariocas devem erguer as mãos ao céu.

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