Crise impõe a metade dos estados brasileiros sérios problemas no pagamento dos servidores

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Há uma enorme e inexplicável dicotomia entre o que os governadores pleiteiam no Congresso Nacional e o que fazem nos respectivos estados. Um dia depois de a Câmara dos Deputados aprovar o texto-base do projeto de negociação da dívida dos estados, deixando de lado o trecho que impedia o reajuste de servidores acima da inflação durante dois anos, a crise financeira levou algumas unidades da federação a mudarem as regras da folha de pagamento.

Em doze estados e no Distrito Federal, segundo levantamento do G1, a crise compromete o pagamento dos funcionários públicos. Enfrentam problemas os servidores do Distrito Federal, Acre, Amapá, Amazonas, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima e Sergipe e Tocantins.

Para driblar os problemas de caixa, governadores têm adotado medidas paliativas, como parcelar o salário, escalonar o pagamento ou até mesmo mudar a data de pagamento.

A situação financeira dos estados começou a piorar na sequência da decisão do então presidente Lula de reduzir a alíquota de IPI incidente sobre produtos de diversos setores, como forma de estimular a economia e enfrentar os efeitos colaterais da crise internacional de 2008-2009, que o petista ousou chamar de marolinha.


Na ocasião, o UCHO.INFO afirmou que a medida não passava de “cortesia com o chapéu alheio”, pois na composição do IPI existem percentuais destinados aos estados e municípios. E com a queda na arrecadação do IPI os governos estaduais e municipais foram prejudicados.

Como se fosse pouco, a crise econômica que sacode o Brasil provocou, entre tantas consequências, a drástica redução do consumo, que por sua vez impactou a arrecadação tributária. E novamente estados e municípios sentiram no caixa o desastre patrocinado por Dilma Rousseff na economia nacional.

Para sair da crise algum esforço terá de ser feito, mas é preciso que todos os brasileiros estejam conscientes dessa árdua missão. De nada adianta privilegiar alguns setores, como o dos servidores públicos, distribuindo o ônus ao restante da população.

Isso significa que se estados e municípios não reduzirem drasticamente as despesas, a crise jamais terá fim. E por conta disso corre-se o risco de a única saída ser o aeroporto mais próximo.

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