Leite e feijão empurram para cima a temida inflação, que em julho registrou alta de 0,52%

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Quem costuma ir ao supermercado sabia que não demoraria muito para que os economistas detectassem um aumento da inflação. Isso porque os preços dos alimentos têm subido de maneira preocupante, levando o cidadão a consumir menos, cenário que compromete o plano de recuperação da economia nacional.

Esse quadro é reflexo da atabalhoada política econômica adotada pela presidente afastada Dilma Rousseff, cujos defensores insistem em falar nas tais conquistas dos trabalhadores.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de julho com alta de 0,52%, contra elevação de 0,35% no mês anterior. Como mencionado, o vilão da vez é o setor de alimentos.

A alta no grupo “alimentação e bebidas” saltou de 0,71% em junho para 1,32% no último mês. A elevação dos preços dos alimentos foi a mais acentuada para meses de julho desde o ano 2000, quando ficaram 1,78% mais caros. Entre janeiro e julho deste ano, os alimentos já aumentaram 8,79%. EM termos pontuais, alguns produtos aumentaram muito mais.

Em julho, a participação do grupo “alimentos e bebidas” no cálculo do IPCA foi de 0,34 ponto percentual, equivalente a 65% da inflação do mês. “Problemas climáticos afetaram as lavouras. Há menor oferta de forma geral provocada pelo clima”, explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.


Os prejuízos à safra afetaram não só os chamados alimentos in natura, mas também pastagem e ração para o gado, pressionando o preço do leite. Tanto é assim, que os produtos lácteos tiveram alta de preços assustadora. “O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (divulgado pelo IBGE) apontou redução da safra de quase 10%. Isso é muito significativo”, destacou Eulina.

Em julho o leite registrou alta de 17,58%, índice que representa impacto de 0,19 ponto porcentual sobre o IPCA, fazendo com que o produto liderasse o ranking de maiores contribuições para a inflação do mês. Em quatro das treze regiões pesquisadas, o litro do leite teve alta superior a 20%: Belo Horizonte (23,02%), Rio de Janeiro (22,47%), Brasília (21,76%) e Vitória (21,76%).

Já o feijão-carioca, que em tempos outros era presença obrigatória na mesa do brasileiro, foi responsável pela segunda maior contribuição para a inflação de julho, com alta de 32,42% e impacto de 0,13 ponto porcentual no cálculo do IPCA. Em Curitiba, o preço do quilo do feijão-carioca aumentou 45,20%; em São Paulo, o aumento foi de 43,98%.

O feijão-preto aumentou 41,59%, ao passo que o mulatinho ficou 18,89% mais caro e o fradinho, 14,72%. O arroz também registrou elevação nos preços, de 4,68%. No contraponto, até porque o bolso do consumidor está furado, registraram queda nos preços a cebola (-28,37%) e a batata-inglesa (-20,00%). Ufa!

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