Senado aprova por 59 votos a continuidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff

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Depois de mais de quinze horas de trabalho em sessão que serviu de palco para teorias jurídicas de distintas correntes e discursos inflamados e marcados por alegações de toda ordem, o plenário do Senado Federal decidiu, no começo da madrugada desta quarta-feira (10), aprovar a continuidade do processo de impeachment de que é alvo a presidente afastada Dilma Rousseff, acusada de crime de responsabilidade (Artigo 85 da Constituição Federal e Lei nº 1079, de 10 de abril de 1950).

Depois de fracassada tentativa da oposição (leia-se tropa de choque de Dilma Rousseff) de interromper a sessão por conta do horário e deixar a decisão final para a manhã de quarta-feira (10), o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal e responsável por comandar o julgamento, decidiu dar andamento aos trabalhos, no vácuo de intervenções de senadores favoráveis ao impeachment de Dilma Rousseff.

Após o pronunciamento da acusação, a cargo o jurista Miguel Reale Júnior, e da defesa, sob a responsabilidade do advogado José Eduardo Martins Cardozo, 59 senadores votaram pela continuidade do processo, com base no relatório da Comissão Especial do Impeachment, da lavra do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). Contra a continuidade do processo votaram 21 senadores. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, não votou.


Com essa decisão, o processo de impeachment será levado a julgamento final, em plenário, no próximo dia 25, quando senadores decidirão o futuro político da petista Dilma Rousseff, que, agora ré, continua insistindo na esdrúxula tese do golpe.

O placar da sessão de pronúncia mostra de forma clara que na próxima etapa a chance de a presidente afastada escapar do impedimento é quase nula. De acordo com o que determina a Constituição Federal, a aprovação do processo de impeachment se dá com um mínimo de 54 votos, dois terços dos 81 senadores. Para escapar, Dilma terá de conseguir 28 votos a seu favor.

O afastamento definitivo de Dilma Rousseff já é considerado como ponto pacífico pela cúpula do PT, que há muito abandonou a petista, posicionamento que ficou claro no momento em que centrou esforços na figura de Lula, que continua afundando no lamaçal do Petrolão, esquema de corrupção desmontado pela Operação Lava-Jato.

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