Até o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, nomeado por Lula e tido por todos como simpático às demandas petistas, não suportou a tagarelice incontrolável e as manobras rasteiras da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), que de tudo fez na sessão de pronúncia do processo de impeachment para retardar a sessão de votação.
Em dado momento, após Lewandowski pedir à senadora petista para que encerrasse sua enfadonha fala, Gleisi insistiu na parolagem e teve o microfone cortado, acrescentando mais um ingrediente inédito à sua coleção de fiascos.
Gleisi insistia o tempo todo para que o presidente do STF acatasse todos os pedidos de ordem feitos pelo PT. “Tenho que pedir escusas por ser tão rigoroso com o tempo”, disse Lewandowski, avisando que poderia cortar o áudio da petista. Como a senadora continuou falando sem parar, o ministro decidiu ser ainda mais rigoroso. “Muito bem, mas a senhora está sem áudio”, disse ele.
A difícil situação de Gleisi no Senado beira o grotesco. Ela insiste em proclamar a inocência da presidente afastada e disseminar a tese do “golpe parlamentar”, mas ainda não conseguiu convencer ninguém acerca da própria inocência, nem a de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva.
Bernardo é acusado de ser o patrono de uma quadrilha que surrupiou mais de R$ 100 milhões de servidores federais, inclusive aposentados, que recorreram a empréstimos consignados.
O ex-ministro, que já foi preso e está na iminência de retornar ao cárcere, é o principal investigado da Operação Custo Brasil, da Polícia Federal. Fosse pouco, a própria Gleisi foi acusada por seis delatores da Operação Lava-Jato de corrupção passiva, por ter recebido R$ 1 milhão em propina no escopo do esquema de corrupção conhecido como Petrolão.
