Lava-Jato: decisão que determina o retorno de Bumlai à prisão aumenta o desespero do alarife Lula

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Na quarta-feira (10), o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava-Jato, restabeleceu a prisão preventiva do pecuarista José Carlos Bumlai. A decisão determina que o pecuarista, atualmente em prisão domiciliar, se apresente à Polícia Federal até o próximo dia 23 de agosto.

Acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e crimes financeiros cometidos no emblemático empréstimo de R$ 12 milhões, contraído, em 2004, junto ao Banco Schahin para o PT, Bumlai estava cumprindo prisão em regime domiciliar desde março por conta de problemas de saúde (câncer na bexiga). A prisão domiciliar foi ampliada até 19 de agosto, em decorrência de cirurgia não prevista no tratamento de saúde, mas um novo pedido de dilatação do prazo foi negado.

“No momento, após cinco meses de prisão domiciliar, a situação de saúde do acusado mostra-se estabilizada. Houve ressecção do tumor e o tratamento medicamentoso posterior foi quase totalmente finalizado. O tratamento medicamentoso do tumor foi interrompido e é possível que sequer seja retomado, passando o acusado apenas a ser submetido a exames periódicos para acompanhar o controle da doença”, afirmou o juiz ao determinar o retorno de Bumlai ao cárcere.


A prisão domiciliar era um ponto fora da curva no emaranhado de processos do maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão, mas a volta de José Carlos Bumlai à prisão é mais um problema a tirar o sono do ex-presidente Lula.

Essa preocupação do lobista-palestrante é natural, pois Bumlai tem muito a revelar sobre dois capítulos do Petrolão: a reforma do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior de São Paulo, e a fracassada tentativa de comprar o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, operação que custou a cassação do mandato d senador do ex-petista Delcídio Amaral.

Mesmo com as medidas procrastinatórias adotadas por seus advogados, como o recurso à Comissão de Direitos Humanos da ONU, Lula está cada vez mais próximo da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde tramitam os processos da Lava-Jato. Se a prisão do petista era considerada como questão de tempo, o retorno de Bumlai ao cárcere adiantou o relógio.

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