O sistema prisional brasileiro tem regras claras e proíbe o uso de telefones celulares e equipamentos eletrônicos pelos detentos. Mas essas regras parecem não valer para José Dirceu, preso na esteira da Operação Lava-Jato e já condenado.
Cumprindo pena de prisão no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Grande Curitiba, Dirceu foi alvo de uma inspeção de rotina por parte dos agentes penitenciários, que encontraram dois carregadores de celular e “pen drives” na cela que o petista divide com o ex-deputado federal Luiz Argôlo, também flagrado no Petrolão.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp-PR), os “pen drives” armazenavam filmes e arquivos de música. Como os presos têm o direito de levar manter na cela um aparelho de televisão de no máximo 20 polegadas, os agentes penitenciários suspeitam que os dispositivos eletrônicos serviam para a dupla assistir filmes durante a madrugada.
Os objetos proibidos foram encontrados em 1º de agosto, mas como nenhum dos dois assumiu a propriedade do material, ambos receberam como punição a proibição de receber visita de familiares durante vinte dias, a contar da data da vistoria.
O advogado de José Dirceu, Roberto Podval, declarou que seu cliente não estava na cela no momento da revista e que, portanto, não tem ideia da circunstância em que foram achados carregadores de celular e pen drives.
“Essa é uma história muito nebulosa. Dirceu cumpre sua pena de forma correta, quase militar. O comportamento dele sempre foi exemplar e queremos que tudo seja apurado, porque não consideramos justo”, afirmou Podval.
Integrante do grupo dos mais requisitados criminalistas do País, Roberto Podval pode alegar o que quiser acerca do seu cliente e sobre o episódio em questão, mas nebuloso é o fato de alguém que está preso há um ano – portanto sem trabalhar – consegue custear os honorários de um advogado considerado caro.
A apreensão feita na cela de José Dirceu não é novidade para os leitores do UCHO.INFO. Em 6 de janeiro de 2014, com absoluta exclusividade e antecedência, este portal noticiou que a cela que abrigava José Dirceu e outros “camaradas” na Penitenciária da Papuda, em Brasília, contava com mordomias proibidas por lei, como celular, acesso à internet e televisão de plasma. Naquele dia (6 de janeiro de 2014), José Dirceu teria conversado por telefone, no dia 6 de janeiro, com o então secretário da Indústria, Comércio e Mineração do estado da Bahia, James Correia.
A partir da matéria do UCHO.INFO, o governo do Distrito Federal, que à época estava sob a batuta do petista Agnelo Queiroz, determinou a apuração do uso de telefone celular por Dirceu. A apuração deu em nada, como esperado, pois o