Discurso utópico e debochado de Eduardo Paes e Leonardo Picciani leva o Brasil ao vexame internacional

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O PMDB fluminense, muito além da avalanche de mitomania que afeta os partidos políticos, sem exceção, é vítima de lufadas de desfaçatez. Gazeteiro conhecido, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), que tomou chá de sumiço durante os Jogos Olímpicos, disse que a cidade seria o lugar mais seguro do planeta durante a realização do mais importante evento esportivo global. O que não é verdade.

Leonardo Picciani (PMDB), deputado federal licenciado e ministro do Esporte, só chegou ao posto porque seu pai, Jorge Picciani, é um dos caciques da legenda no Rio de Janeiro. Picciani, o filho, que não tem competência e conteúdo para o cargo que alcançou na esteira do escambo político, disse que a segurança da Olimpíada no Rio de Janeiro é “absolutamente eficiente”. Considerando que o conceito de eficiência é mutante, o ministro pode falar o que quiser, até porque o Brasil é uma democracia, que como tal garante o direito à livre manifestação do pensamento.

“A segurança nos Jogos tem ocorrido de forma absolutamente eficiente. As delegações, os atletas participaram de competições sem nenhum tipo de problema, quem comprou ingresso está indo sem nenhum tipo de problema. Nós não podemos medir por um ou outro fato que tenha ocorrido fora dos locais de competição, fora do momento apropriado. Certamente nenhum atleta teve problema nos seus locais de competição, na sua rotina de treino, no seu convívio na Vila Olímpico”, disse o ministro.

Que Eduardo Paes e Leonardo Picciani são aos típicos parlapatões de areia, não se pode levar a sério as afirmações de ambos, pois é sabido que a segurança pública no Rio é um enorme caos, assim devendo continuar por muito tempo.


A fala de Picciani foi uma resposta aos questionamentos dos jornalistas sobre o assalto de que foram vítimas quatro atletas norte-americanos, quando retornava de uma festa na Casa da França. O quarteto encontrava-se em um táxi quando o veículo foi parado por ladrões vestidos como policiais. Sob a mira de armas de fogo, os esportistas foram obrigados a descer do veículo e entregar seus pertences.

Ao responder aos jornalistas, Picciani disse que não se pode medir a eficácia da segurança na Rio 2016 por um fato “fora dos locais de competição, fora do momento apropriado”. Ou seja, o Estado garante segurança apenas nos locais das provas, cabendo aos turistas entregar a própria sorte nas mãos do Cristo Redentor, que à essa altura dos acontecimentos tem trabalhado de forma ininterrupta.

A onda de crimes à sombra dos Jogos Olímpicos começou com o assalto sofrido pelo ministro português da Educação, que foi abordado por criminosos enquanto caminhava no bairro de Ipanema, na Zona Sul carioca. O mais recente capítulo desse faroeste caboclo em que se transformou o Rio de Janeiro foi o assalto sofrido pelos esportistas estadunidenses, entre eles o nadador Ryan Lochte. E o episódio ganhou o noticiário dos Estados Unidos, sendo que as autoridades decidiram que os atletas do país passarão a circular pela Cidade Maravilhosa em carro blindado.

O Brasil transformou-se no paraíso do “faz de conta” e a população acostumou-se a viver em meio ao caos, sem ter capacidade de reagir e cobrar a contrapartida correspondente a uma das maiores cargas tributárias do planeta. Usar o “jeitinho brasileiro” para camuflar a inoperância do Estado é acreditar que o “faroeste caboclo” em que se transformou o país é algo normal. Ou o cidadão acorda para a realidade, ou o Brasil há de afundar ainda mais na vala do desmando.

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