COI evita comentários sobre a morte de Havelange e não rende homenagens ao ex-presidente da FIFA

(Getty Images)
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O Comitê Olímpico Internacional (COI) manteve a coerência e se recusou a render homenagens a João Havelange, que durante cinquenta anos foi membro da entidade esportiva e morreu aos 100 anos nesta terça-feira (16).

Ex-presidente da FIFA, Havelange teve participação importante e decisiva para garantir a cidade do Rio de Janeiro como sede da 31ª edição dos Jogos Olímpicos da era moderna, mas seu envolvimento em escândalo de corrupção, ancorado pela empresa ISL, abalaram sua reputação.

O COI recusou-se a colocar a bandeira oficial da organização, com os famosos aros olímpicos, a meio mastro. Contudo, o COI aceitou pedido do Comitê Rio-2016 para que a bandeira brasileira fique a meio mastro em todas as instalações dos Jogos.

Em 2011, Havelange deixou o COI por temer ser banido da entidade, que ameaçava entregar para análise do Comitê Executivo um relatório sobre o escândalo de corrupção. O cartola era investigado pela acusação de ter recebido propina da ISL, empresa de marketing esportivo parceira da FIFA na década de 90.


A decisão do COI diante do anúncio da morte de João Havelange ficou clara na entrevista diária de Mark Adams, porta voz da entidade, que em nenhum momento citou o nome do ex-presidente da FIFA. Apenas Mario Andrada, responsável pela comunicação da Rio-2016, falou sobre o tema.

“O ex-presidente da FIFA morreu hoje [terça] de manhã com 100 anos. Havelange foi atleta de Olimpíada e presidente da confederação brasileira. Os nossos sentimentos vão para os familiares”, disse Andrada.

Na página eletrônica do COI não havia qualquer nota oficial sobre a morte de Havelange. Alguns dirigentes do comitê falaram sobre o assunto após serem provocados por jornalistas.

“Nossos pensamentos estão com a família nesse momento triste. O COI aceitou um pedido do Rio-2016 de permitir que a bandeira brasileira fique a meio mastro durante este dia”, destaca a nota divulgada pelo COI.

Alegando desconhecer a agenda do presidente do COI, Thomas Bach, o porta-voz da entidade disse não saber se o dirigente irá ao velório e ao enterro de Havelange.

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