Luiz Inácio da Silva, o lobista-palestrante Lula, alega ser um perseguido político por conta do avanço das investigações da Operação Lava-Jato, o que levou à bizarrice de recorrer ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra. Dilma Rousseff, a presidente afastada, em carta endereçada aos senadores e ao povo brasileiro, ressalta a tese do golpe e afirma que “não pode ser julgada pelo conjunto da obra”. Em suma, ambos os petistas consideram-se injustiçados.
O que pensam Lula e Dilma em nada muda o rumo das investigações. Por isso o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator dos processos da Lava-Jato na Corte, autorizou a abertura de inquérito para investigar o ex-presidente, a afastada e os ex-ministros Aloizio Mercadante e José Eduardo Martins Cardozo por tentativa de obstrução à Justiça.
Deferido por Zavascki, o pedido foi formulado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em maio passado. O pedido havia sido enviado a Janot para nova análise, após o ministro do STF ter anulado a validade como prova das conversas telefônicas entre Lula e Dilma, em que a presidente afastada combina com o antecessor a entrega de um termo de posse produzido às pressas e para ser usado somente em “caso de necessidade”.
Como as tais conversas embasaram o pedido da PGR, o mesmo foi reanalisado e confirmado. Com a abertura do inquérito inicia-se a coleta de provas e, na fase seguinte, o procurador-geral decidirá se oferece denúncia contra o quarteto ou pede o arquivamento da investigação.
A assessoria do lobista-palestrante Lula informou que ainda não houve a notificação da instauração de inquérito, o qual tramita sob segredo de Justiça. “Repudiamos o vazamento ilegal e direcionado. O ex-presidente reafirma que sempre agiu dentro da lei antes, durante e depois do exercício de dos mandatos como presidente da República, democraticamente eleito pelo povo brasileiro”, afirmou a assessoria.
Essas pílulas de vitimização a que recorre Lula com enfadonha frequência já perderam o prazo de validade, sem contar que a parcela pensante da sociedade não mais suporta a postura malandra de alguém que ousou percorrer o planeta para ser homenageado como o maior dos probos, o salvador da humanidade, enquanto nos bastidores agia como chefe de quadrilha.
O ex-ministro Aloizio Mercadante, o “irrevogável”, por meio de sua assessoria, informou que a decisão do STF permite ao petista “demonstrar que sua atitude foi de solidariedade e que não houve qualquer tentativa de obstrução da justiça ou de impedimento da delação do então senador Delcídio do Amaral”.
A declaração de Mercadante é um atentado ao bom senso, pois ninguém oferece dinheiro em troca do silêncio alheio por solidariedade. O ex-senador sabia que Delcídio Amaral era, como ainda é, um misto de arquivo ambulante e poço de mágoas, por isso tentou evitar que o outrora líder do governo no Senado revelasse os bastidores do maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão.
Voltando a Lula… Apenas para resgatar fatos recentes da história, o ex-presidente usou o termo “coisa de imbecil” para se referir à decisão de Delcídio de tentar comprar o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras e preso na Operação Lava-Jato. Por ocasião da prisão de Delcídio, o UCHO.INFO afirmou que o então senador não agira por interesse próprio, mas a mando de alguém com muito poder. Não contente, em conversa com “companheiros” Lula disparou: “Que loucura, que idiota!”. Resta saber se o ex-presidente ainda considera Delcídio um idiota e imbecil.
Se por um lado a máscara petista caiu de maneira repentina e espetacular, por outro ruiu o criminoso projeto de poder que transformaria o Brasil em uma ditadura bolivariana travestida de democracia. Com esse cenário, em que a verdade dos fatos veio à tona, ao PT só resta negar as acusações como forma de tentar salvar o plano de ressuscitar a legenda a partir das eleições de outubro próximo.