Nadadores mentiram sobre assalto; polícia deveria enquadrar atletas, não sugerir pedido de desculpa

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu que os nadadores norte-americanos Ryan Lochte e James Feigen mentiram sobre eles e seus companheiros Gunnar Bentz e Jack Conger terem sido assaltados na capital fluminense no último domingo (14), após deixarem um evento na Zona Sul da cidade.

O inquérito aponta que os atletas não foram assaltados, mas envolveram-se em confusão em um posto de combustíveis. A conclusão tem como base imagens de câmeras de monitoramento, colhidas pela investigação, que tentou refazer o trajeto dos atletas.

Segundo a polícia, Lochte, Feigen, Bentz e Conger pararam em um posto de combustível próximo à Casa da França. No local, eles teriam iniciado uma discussão com seguranças, danificando, inclusive, a porta de um banheiro.

O caso é acompanhado pessoalmente pelo chefe de Polícia Civil do Rio, Fernando Veloso, e conduzido pelo delegado Alexandre Braga, da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo.


De acordo com Veloso, um dos dois atletas que prestaram depoimento nesta quinta-feira (18) confirmou a conclusão da polícia, de que não houve assalto. O chefe da Polícia Civil fluminense disse que os nadadores norte-americanos devem desculpas aos cariocas por terem zombado da a segurança pública da cidade.

Fernando Veloso está equivocado e abusa da ironia ao falar em desculpas. O que cabe no caso em questão é a aplicação da lei, sem qualquer privilégio, pois trata-se de falsa comunicação de crime. Se algum brasileiro fizer isso nos Estados Unidos, por certo enfrentará problemas sérios.

A Justiça havia impedido a saída dos quatro nadadores do país, mas Ryan Lochte e James Feigen viajaram para os EUA na última segunda-feira. Os passaportes dos outros dois atletas foram liberados por determinação judicial e eles poderão viajar a qualquer momento.

Não há dúvida de que a atitude dos nadadores é vexatória e condenável, mas sugerir pedido de desculpas é querer colocar no Olimpo a segurança pública de uma cidade em que o crime organizado dá as ordens, tudo no melhor estilo faroeste caboclo.

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