Novela do misterioso sítio em Atibaia ganha capítulos extras e deixa Lula mais perto da prisão

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Se comparado ao montante desviado da Petrobras na esteira do esquema de corrupção batizado como Petrolão, o valor do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, nada representa. A estatal petrolífera foi surrupiada em R$ 21 bilhões (o valor real é mais que o dobro) e o imóvel rural foi adquirido por R$ 1,5 milhão.

Apesar de o polêmico sítio ter valor muito acima da média para o padrão habitacional brasileiro, a propriedade é uma usina de polêmicas e informações comprometedoras. Investigadores da Operação Lava-Jato já têm provas de que o Santa Bárbara, registrado em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna Filho, pertence ao ex-presidente Lula, que poderá ser condenado por ocultação de patrimônio, corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e outros crimes.

Como já noticiado pelo UCHO.INFO, o empresário Jonas Suassuna, bem sucedido dono de empresa especializada em tecnologia da informação, mora no Rio de Janeiro em um elegante e caro apartamento na Barra da Tijuca. Quem conhece Suassuna sabe que a decoração do sítio não combina com seu estilo de vida, marcado por vinhos caros e cobiçados, charutos importados (em especial cubanos), restaurantes finos e obras de arte. Ademais, para quem mora na capital fluminense um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, é no mínimo um contrassenso logístico.

Suassuna é sócio de Bittar e Fábio Luís Lula da Silva na Gamecorp e teria brigado com o filho do ex-presidente ao ver seu nome afundando na lama da Lava-Jato. Fora isso, a mulher do empresário é dura e ácida crítica da relação próxima (sic) do marido com a turba de Lula.

Outro fato que chama a atenção é a decisão da família Lula da Silva promover uma reforma no sítio, que não lhe pertence. Para tanto, inicialmente, incumbiu José Carlos Bumlai de cuidar da obra, mas v não demorou a ser ejetado da função por conta da morosidade da reforma. Para promover as mudanças exigidas por Marisa Letícia, mulher de Lula, ao menos duas empreiteiras investigadas na Lava-Jato assumiram a missão: Odebrecht e OAS.


A farsa até agora mantida por Lula e seus quejandos começa a desmoronar. Responsável por cuidar das propriedades da família de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas (SP) e amigo de longa data do lobista-palestrante, Celso Silva Vieira Prado afirmou à Polícia Federal que o Sítio Santa Bárbara não integra a lista de bens sob seus cuidados.

Questionado sobre o controverso sítio registrado em nome de Fernando Bittar e seu sócio, o braço-direito de Jacó afirmou jamais ter visitado a propriedade. “Não conhece pessoalmente sítio registrado em nome de Fernando Bittar, na cidade de Atibaia, não sabendo se realmente o sítio é de sua propriedade”, destaca o depoimento de Celso Prado, anexado ao inquérito que investiga o conturbado caso.

Prado trabalha para Bittar há mais de vinte anos e seu papel sempre foi cuidar dos bens da família do ex-prefeito de Campinas, também petista de carteirinha. Atualmente, segundo o depoimento, o homem de confiança da família Bittar mora em São Vicente, no litoral, onde cuida de Jacó, que enfrenta um câncer.

Esse intrincado enxadrismo criminoso mostra que o ex-presidente está prestes a ser preso, assim como explica a decisão de Marisa Letícia e Lulinha de não comparecerem à Polícia Federal, em São Paulo, para esclarecimentos. Fora isso, o conturbado cenário envolvendo o sítio tem servido de base para Lula travar um duelo jurídico com o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba e responsável pelos processos decorrentes da Lava-Jato.

Em valores financeiros o imbróglio do sítio em Atibaia é o que se chama de “café pequeno”, mas esse detalhe viabilizará a prisão do responsável pelo período mais corrupto da história nacional.

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