O conteúdo da matéria publicada na mais recente edição da revista Veja, que menciona o nome de Dias Toffoli como um dos contatos do presidente afastado da OAS, José Adelmário Pinheiro (Léo Pinheiro), em nada compromete o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), por enquanto, mas não se pode negar que trata-se de um fato no mínimo constrangedor. A informação acerca da relação entre Léo e Toffoli faz parte da negociação de um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava-Jato.
O fato de a informação ter vazado para a imprensa levou a Procuradoria-Geral da República (PGR) a determinar a suspensão da negociação da delação premiada de Léo Pinheiro e de outros executivos da empreiteira. A confidencialidade das informações prestadas no pré-acordo de delação é um dos requisitos básicos da negociação.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot entendeu que o vazamento de informação envolvendo o ministro Dias Toffoli aconteceu para supostamente forçar a PGR a aceitar o acordo de delação.
Nas preliminares do acordo de delação não há qualquer registro ou documento anexo que traz citação ao nome de Toffoli por parte do ex-presidente da OAS. Há, sim, uma mensagem extraída do telefone celular de Pinheiro que faz referência a uma obra de impermeabilização na residência do magistrado, em Brasília, e a reforma do imóvel.
Léo Pinheiro teria se comprometido com a força-tarefa a falar sobre a conversa com o ministro do STF, ocasião em que tratarão de infiltrações na cara e luxuosa mansão localizada em área nobre da capital dos brasileiros.
Se, como mencionado anteriormente, nada há na negociação de colaboração premiada que comprometa Dias Toffoli, por enquanto, a suspensão da negociação alça à mira da Lava-Jato outros envolvidos no maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão. Com a decisão de Janot, alguns temas investigados na operação, que até então passavam ao largo da Justiça por conta do não aprofundamento das provas, a partir de agora terão lugar de destaque no palco da Lava-Jato.
Considerando que Léo Pinheiro e ex-executivos da OAS sabem muitos detalhes acerca de vários crimes no âmbito do Petrolão, os envolvidos no esquema criminoso que se preparem, pois os pretensos delatores terão de soltar o verbo para conseguir eventual redução de pena. Um dos temas que pode garantir o acordo de colaboração premiada é o do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, que o ex-presidente Lula nega ser seu.