Trabalhadores informais chegam a quase 10 milhões no Brasil; retrato da crise, número pode crescer

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A crise econômica nacional, patrocinada pela incompetência da presidente afastada Dilma Rousseff, continua fazendo estragos. Não bastasse o elevado contingente de desempregados, que não para de crescer, o número de trabalhadores informais alcançou patamar assustador.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, compilados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), há em todo o Brasil, atualmente, cerca de 10 milhões de trabalhadores informais.

A quantidade de trabalhadores sem carteira de trabalho assinada tem crescido nos últimos meses. No início de 2016, eram 9,7 milhões. “São profissionais sem nenhum tipo de contribuição trabalhista e previdenciária”, afirma Tiago Cabral Barreira, pesquisador do Ibre e responsável pelo levantamento. Apesar do crescimento recente, esse número já foi maior. No fim de 2012, o contingente de informais chegou a 11,2 milhões de trabalhadores.


A tendência é de que o número de trabalhadores informais continue crescendo ao longo dos próximos meses, principalmente porque o mercado de trabalho não deverá esboçar uma reação este ano.

Para o Ibre, a taxa de desocupação deverá encerrar o ano em 12,3% – atualmente a desocupação está em 11,3%. “A taxa de desemprego deve parar de aumentar somente no segundo trimestre de 2017, o que seria uma inflexão em relação à atual trajetória”, destaca Barreira. “Uma queda na taxa de desemprego só deve ocorrer no terceiro trimestre de 2017”, completa.

“Se as expectativas em relação ao aumento da confiança estiverem corretas, e isso rebater em vendas e consumo, o emprego deve ser um dos próximos indicadores a se recuperar – mas tudo indica que só no ano que vem”, afirma o professor Rafael Campelo, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Esse cenário não apenas mostra a extensão da crise econômica, que está longe do fim, mas evidencia o avanço do problema da Previdência Social. Na informalidade, o trabalhador deixa de contribuir para a Previdência, aumentando ainda mais o rombo do setor.

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