Lula afunda na lama do Petrolão, mas defesa do petista diz que indiciamento no caso do triplex é ficção

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Luiz Inácio da Silva, o lobista-palestrante, beira entre a delinquência e o deboche. Indiciado, juntamente com a ex-primeira-dama e outras três pessoas – corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro – no caso do apartamento triplex em Guarujá, no litoral paulista, Lula, por meio de seus advogados, continua negando ser dono do imóvel. A defesa do petista ousa afirmar que o relatório de indiciamento de Lula e Marisa Letícia “tem caráter e conotação políticos e é, de fato, peça de ficção”, como se as declarações do ex-presidente acerca do assunto são passiveis de crédito.

O advogado Cristiano Zanin Martins diz que o relatório parte de falsas premissas e contém erros jurídicos. Zanin acusa o delegado responsável pelo inquérito de não ser isento para fazer a investigação.

A defesa de Lula por certo está na mais inglória das missões – provar a inocência do responsável pelo período mais corrupto da história nacional –, mas não pode, de forma reiterada, suscitar a falta de isenção daqueles que investigam e julgam o alarife.

O advogado descarta a possibilidade de prisão do cliente, pois, segundo ele, não houve crime. No contraponto, não se pode esquecer que em março passado, por ocasião da Operação Aletheia (24ª fase da Operação Lava-Jato), quando Lula foi conduzido coercitivamente para depor, o petista negou todas as questões relacionadas ao triplex praiano. Contundo, à época, o juiz Sérgio Moro, que autorizou a operação da Polícia Federal, tinha motivos de sobra para decretar a prisão do ex-presidente.


“Não há nenhum requisito legal que pudesse autorizar a prisão do ex-presidente Lula. A prisão pressupõe diversos requisitos. É uma medida drástica e que o juiz só pode adotar se estiverem presentes os requisitos legais. Com base na lei eu não cogito jamais a prisão, primeiro porque o ex-presidente Lula não praticou nenhum crime. A prisão seria uma situação de arbitrariedade extrema”, disse Zanin Martins.

Ao contrário do que afirma o advogado, ao menos um dos outros defensores de Lula têm discurso distinto quando participa de conversas reservadas. Esse advogado disse a pessoa próxima ao editor do UCHO.INFO que todos estão preocupados com a possível prisão de Lula e que esse alterna momentos de resistência e choro.

Considerando a não possibilidade de Lula ser preso, recorrer ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, foi um contrassenso, um gasto de dinheiro desnecessário. Afinal, Lula contratou o advogado australiano Geoffrey Robertson, especialista em direitos humanos, e dezoito renomados juristas internacionais. Ou seja, estão a tocar muita música para pouca dança.

Se o caso do triplex em Guarujá foi suficiente para levar a Polícia Federal a indiciar o petista, que os advogados se preparem, porque o imbróglio envolvendo o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, é muito mais complexo e comprometedor. Sem contar que o número de pessoas envolvidas na farsa é maior, sendo que algumas já prestaram depoimentos contraditórios.

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