Mercado piora previsão de inflação para este ano e o próximo, mas aponta ligeira melhora do PIB

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Consultados pelo Banco Central, como acontece semanalmente, economistas das principais instituições financeiras em atividade no País elevaram as previsões para inflação para este ano e o próximo.

De acordo com os especialistas, em relação a 2017 a estimativa de inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), passou de 5,12% para 5,14%. A projeção de inflação em 2016 subiu de 7,31% para 7,34%. Há um mês, a previsão estava em 7,21%. O Boletim Focus, do BC, mostrou mais uma vez que o mais temido fantasma da economia está acima do teto (6,5%) da meta fixada pelo governo.

O BC tem informado, nas últimas semanas, que está focado na missão de “circunscrever” o IPCA dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016, ou seja, levar a taxa à marca de 6,5% ao ano, o que será possível diante de uma radical mudança na política econômica, algo impossível a essa altura dos acontecimentos e em meio a eleições municipais. Isso porque as tais mudanças dependem de aprovação do Congresso, cujos integrantes estão ocupados com as sucessões municipais. O BC promete fazer o mesmo com a inflação de 2017, limitando-a a 4,5%.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), os economistas alteraram preveem ligeira melhora para o nível de atividade em 2016, que passou de retração de 3,2% para recuo de 3,16%. Para 2017, os especialistas apostam em PIB em alta de 1,23%, contra 1,2% da previsão anterior.


No âmbito da taxa básica de juro, o mercado prevê que a Selic deve permanecer no patamar atual, 14,25% ao ano, na reunião Comitê de Política Monetária (Copom) que acontecerá na terça e quarta-feiras (30 e 31). Para o fim de 2016, a Selic, segundo os economistas, deve alcançar a marca de 13,75%. Em relação a 2017, o mercado estima que a taxa básica de juro encerrará o ano em 11,25%, contra 11% da estimativa anterior.

Com a definição do processo de impeachment, cujo resultado deve sair na madrugada da próxima quarta-feira (31), o mercado poderá melhorar as projeções para a economia brasileira no curto prazo. Nesta segunda, enquanto Dilma se perdia nas respostas aos senadores, a Bolsa de Valores registrou alta, enquanto o dólar recuou.

A melhora das previsões não depende apenas do afastamento definitivo de Dilma Rousseff, mas das medidas econômicas a serem adotadas pelo governo de Michel Temer e como essas serão aprovadas no Congresso. Considerando que no dia seguinte do impeachment começa uma nova batalha política, o melhor é agarrar-se à cautela.

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