Impeachment: após meses de politicagem, Gleisi alega que fala de Janaína deveria ser técnica

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É no mínimo patética a atuação da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) como “rottweiler” da companheira Dilma Rousseff. Durante o processo de impeachment de que é alvo a presidente afastada, Gleisi e seus camaradas não abriram mão do discurso político, sempre focado nas conquistas (sic) que só foram possíveis porque Lula e seus quejandos foram os verdadeiros descobridores do Brasil, não o luso Pedro Álvares Cabral.

Além da recorrente tese do golpe, que há muito não encontra espaço no corolário nacional, Gleisi e seus comparsas insistem em lançar ao vento a mentira de que o governo interino de Michel Temer há de acabar com os direitos dos trabalhadores e os programas sociais, como se o brasileiro que labuta diuturnamente estivesse a viver no paraíso por obra e graça da quadrilha que um dia chegou ao poder central.

Gleisi, em mais um rompante de sandice – ela pretende arrebatar o prêmio de melhor atriz coadjuvante por sua participação no documentário “Tchau, querida!” – tomou o microfone do plenário do Senado, nesta terça-feira (30), para criticar a explanação da advogada Janaína Paschoal, signatária, ao lado dos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr., da denúncia que resultou no processo de impeachment.

A senadora paranaense, visivelmente descontrolada, mas cumprindo o roteiro da filmagem, disse que a incursão da advogada Janaína não foi técnica, mas política, o que contraria o combinado. No dia anterior, durante a arguição da presidente afastada, Gleisi deu mais um espetáculo de subserviência ao exaltar a figura canhestra de Dilma Rousseff, mas eximindo-se de fazer pergunta à denunciada, o que contraria o rito do julgamento.


O discurso de Gleisi, assim como os de outros tantos esquerdistas desesperados, é invariavelmente político, além de recheado de teorias que atropelam a lógica e o bom senso. A senadora, a exemplo do que pensa e fala Dilma Rousseff, considera golpe o processo de impeachment, que deixará de sê-lo caso a afastada seja absolvida. Ou seja, os esquerdistas querem impor a própria vontade a fórceps, acreditando ser o Brasil uma versão agigantada da vizinha e combalida Venezuela.

O desespero de Gleisi é compreensível – afinal a ex-chefe está a um passo do afastamento definitivo –, pois a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá em breve se aceita a denúncia oferecida pelo procurador-geral contra a senadora e seu marido (Paulo Bernardo da Silva). Gleisi, que pode tornar-se ré no âmbito da Operação Lava-Jato, é acusada de corrupção e lavagem de dinheiro. Isso porque a petista recebeu, no caixa 2 de sua campanha ao Senado, em 2010, R$ 1 milhão em propina na esteira do Petrolão.

De acordo com seis delatores da Lava-Jato, o dinheiro saiu da cota do Partido Progressista e foi solicitado por Paulo Bernardo ao então diretor de Abastecimento da Petrobras, Paul Roberto Costa. O montante foi pago pelo doleiro Alberto Youssef em três parcelas, entregues ao empresário Ernesto Kluger, amigo do casal petista.

A decisão sobre o futuro de Gleisi seria tomada pela 2ª Turma do STF nesta terça-feira (3), mas o ministro Teori Zavascki pediu para postergar a análise do caso, uma vez que a senadora tem o direito de acompanhar a deliberação do mesmo. Como Gleisi no momento atua no julgamento do impeachment de Dilma Rousseff, o pedido de adiamento foi acolhido.

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