Com impeachment iminente, PT discute atuação contra Temer e admite apoiar novas eleições

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Na próxima sexta-feira (2), a cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) promoverá reunião de sua Executiva, em São Paulo, tendo na pauta a atuação da legenda a partir de agora. O objetivo do encontro é discutir como será feita a oposição ao presidente em exercício Michel Temer, caso o peemedebista ser efetivado no cargo, após o provável impeachment de Dilma Rousseff, a ser confirmado nesta quarta-feira.

Alguns dias adiante, em 15 e 16 de setembro, a legenda haverá encontro do Diretório Nacional. O ex-presidente Lula, que no íntimo sempre torceu pelo impeachment da sucessora, participará de ambas as reuniões. “Se o golpe passar, no dia seguinte estaremos nas ruas, pedindo novas eleições”, declarou o ex-ministro Miguel Rossetto (do Trabalho e da Previdência).

É importante destacar que o comando petista foi contra a proposta de plebiscito, defendida por Dilma, para antecipar as eleições de 2018. Contudo, já admite mudar de posição na tentativa de encurtar o mandato de Temer, caso ele assuma a Presidência. A grande questão nesse quesito é combinar com a devida antecedência com algumas dezenas de milhares de políticos de todo o País, para que os mesmos aceitem a ideia da renúncia coletiva.


Em reunião com aliados na terça-feira, a presidente afastada avaliou que não caiu em “pegadinhas” ao responder a perguntas de senadores, no dia anterior, quando fez sua defesa no Senado. “Você foi muito bem, Dilminha”, comentou Lula.

“O problema é que muitos não ouvem mais a defesa, não querem ver as provas. Às vezes, me sinto na Idade Média”, reclamou o advogado José Eduardo Martins Cardozo, responsável pela defesa da petista.

A chamada narrativa do “golpe” foi e será repisada por Dilma, pois serve a vários propósitos: da defesa nos tribunais às eleições, passando pelo aceno à esquerda no Brasil e até mesmo no exterior, à tentativa do PT de ressurgir do lamaçal da corrupção.

O entrave nessa estratégia suicida é que Dilma não reconhece que errou, deixando esse tema, em seus discursos, no longínquo campo da possibilidade. Sem um “mea culpa” claro e convincente, o PT terá dificuldade para recuperar terreno.

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