Fidel e Raúl Castro não têm moral para condenar a decisão que despejou Dilma Rousseff do poder

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Bastou o Senado brasileiro confirmar, por 61 votos a favor e 20 contra, o impeachment de Dilma Rousseff para a esquerda latino-americana entrar em polvorosa. Na largada, Bolívia, Equador e Venezuela chamaram seus embaixadores, como se isso pudesse mudar o resultado do julgamento. A ditadura de Nicolás Maduro, o delinquente bolivariano que substituiu Chávez no Palácio de Miraflores, informou que romperá relações diplomáticas com o Brasil. O que, ao pé da letra, é um enorme favor aos brasileiros.

As horas passaram e na manhã desta quinta-feira (1) o governo cubano enviou e-mails à alta cúpula de diversos organismos internacionais – ONU, UNICEF, Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Mundial do Comércio (OMC), Organização Internacional do Trabalho (OIT) – para protestar contra a decisão dos senadores brasileiros. Na mensagem, o governo dos facínoras Fidel e Raúl Castro classificou o afastamento definitivo de Dilma como “ato de desacato à vontade soberana do povo”.

Se a decisão de Maduro nada representa, é preciso saber o que entendem os criminosos Fidel e Raúl acerca de vontade soberana do povo. Aliás, na ilha caribenha os cubanos concordam com o regime ditatorial porque é a única forma de não acabar no paredão ou definhando em alguma prisão – do tipo depósito de seres humanos.

Se há no planeta alguém desprovido de moral para falar em gole ou violação da vontade popular, esses são Fidel e Raúl Castro. Ambos lideraram o gole que apeou o tirano Fulgencio Batista do poder. E Cuba migrou de uma ditadura de direita para outra de esquerda, como quis fazer no Brasil a agora ex-presidente Dilma quando tinha 19 anos. Longe de querer tratar Fulgencio Batista como santo, mas Raúl e Fidel são igualmente criminosos e covardes.

Há mais de cinco décadas comandando Cuba com mão de ferro, os irmãos Castro só flexibilizaram o regime local para a ilha não desaparecer do mapa. Vivendo agruras econômicas desde o fim da União Soviética, que às custas de muito dinheiro fazia do país ilhéu uma ponta de lança para a “guerra fria”, Cuba viu sua economia entrar em colapso depois da morte do venezuelano Hugo Chávez, que abastecia a ditadura castrista com petróleo e dinheiro advindo da venda do ouro negro no mercado internacional. Sem contar o tráfico de drogas a partir da Venezuela, com direito a escala em Cuba.


A decisão do governo cubano de deflagrar uma operação internacional para defender Lula e Dilma já era esperada, pois a dupla petista não apenas salvou o castrismo da débâcle com o financiamento do porto de Mariel, operação que rendeu gordos e quase intermináveis “pixulecos” para ambas as partes, mas abasteceu os cofres do regime com o dinheiro do programa “Mais Médicos”. Assunto que estranhamente desapareceu no noticiário brasileiro.

Ao que parece, Cuba tem problemas de sobra para se preocupar, em vez de defender Dilma e Lula. Sem contar que os ditadores castristas ignoraram, durante décadas, a vontade do povo local, permitindo que milhares de cubanos se aventurassem no mar que separa a ilha caribenha do estado da Florida (EUA), sempre acompanhados pelos olhares de famintos tubarões.

A família Castro não deveria ingerir em assuntos internos do Brasil, já que Dilma, quando perguntada se trataria com Fidel a questão dos prisioneiros políticos da ilha, disse que o governo brasileiro tinha por prática não interferir em questões internas de outros países.

Contudo, se a preocupação dos irmãos Castro é com a mencionada violação da vontade popular, que voltem os olhos para a Venezuela, onde o governo do truculento Nicolás Maduro trata os insatisfeitos com a brutalidade das forças policiais e militares. Mas Fidel e Raúl não ousarão dirigir críticas a Caracas, porque seria matar as galinhas dos ovos de ouro.

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