Sofrendo de esquizofrenia política, PT agora defende novas eleições para arruinar o governo Temer

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Nada pode ser mais utópico do que o comportamento cambaleante do PT, partido que se esfacelou na esteira do Petrolão e do impeachment de Dilma Rousseff, mas agora tenta ressurgir apoiado em discurso que até recentemente era rejeitado pelos próprios petistas.

Na reunião da cúpula do partido, realizada na capital paulista nesta sexta-feira (2), o PT decidiu mudar de ideia e defender a realização de novas eleições. Até a última terça-feira, quando Dilma Vana fez sua defesa perante os senadores, a proposta era “carta fora do baralho”. A alegação para essa mudança de opinião é que o partido quer arruinar o governo de Michel Temer, classificado como usurpador.

“Nosso objetivo central é colocar fim ao governo do usurpador Michel Temer e conquistar o direito do povo eleger, direta e imediatamente, um novo presidente da República”, destaca resolução da Executiva petista.

Sem qualquer bandeira para tentar reerguer a legenda, o que dessa maneira exigiria uma perigosa incursão na seara da esquerda radical, o PT adota um discurso que na prática já nasce inócuo. A questão que impede o sucesso da proposta é múltipla. Em primeiro lugar, a realização de novas eleições exige a renúncia do presidente da República, senadores, deputados federais, governadores, deputados estaduais, prefeitos e vereadores. O que não é tarefa simples. Ademais, a proposta suicida do partido comandado por Rui Falcão é inconstitucional. Como o PT tomou gosto por rasgar a Constituição, está explicada a sandice.


Em segundo lugar, a realização de novas eleições depende de aprovação da proposta no Congresso Nacional por meio de emenda constitucional, o que não cabe, Além disso, a aprovação de uma PEC exigiria uma maioria que o PT não consegue aglutinar. Se no poder central, com a caneta nas mãos, os petistas não conseguiram evitar o impeachment de Dilma, não será agora que mandarão o Brasil pelos ares.

O terceiro quesito a desmontar a proposta é capacidade logística da Justiça Eleitoral de realizar novas eleições. Como o PT crê que uma eleição é tão fácil e simples quanto roubar a Petrobras, a proposta ficará no acostamento do TSE à espera de análise.

O quarto ingrediente, talvez o mais comprometedor, é saber se a Justiça Eleitoral tem recursos suficientes para a realização de novas eleições. Se para garantir as eleições municipais o TSE precisou passar o chapéu no Palácio do Planalto, não será Michel Temer a liberar dinheiro para uma eleição que lhe tomará o mandato.

O PT está cada vez mais acometido pela esquizofrenia política, cenário que decorre da falsa certeza de que o Estado Democrático de Direito só existe para rechear discursos bandoleiros em defesa de um projeto criminoso de poder implodido pela vontade popular. O banditismo político perdeu forças, mas a “companheirada” quer novamente tentar transformar o Brasil em um faroeste bolivariano. Se para despejar Dilma do Palácio do Planalto os brasileiros de bem tomaram as ruas do País, diante de uma anunciada tentativa de golpe não será diferente.

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