A mais recente pesquisa Datafolha sobre eleição à prefeitura da maior cidade brasileira, São Paulo, cujos dados foram divulgados na noite desta quinta-feira (22), mostra que na ponta a disputa pelo trono paulistano começa a embolar.
Até então liderando as pesquisas, o candidato Celso Russomanno (PRB) tinha 26% das intenções de voto no levantamento anterior (08/09), mas recuou para 22%. A neopeemedebista Marta Suplicy tinha 21% das intenções de voto, agora está com 20%. O tucano João Doria estava com 16% na pesquisa anterior, mas disparou para 25%. O petista Fernando Haddad, que tenta a reeleição, saltou de 9% para 10%, enquanto Luiza Erundina, do PSOL, caiu de 7% para 5%.
Entre os cinco candidatos mais bem posicionados nas pesquisas, os únicos que registraram crescimento na preferência do eleitor foram João Doria, com 9 pontos percentuais, e Fernando Haddad, com 1 ponto percentual. Os outros caíram nas pesquisas: Russomanno (-4), Erundina (-2) e Marta (-1).
Considerado como importante quesito a ser analisado em uma pesquisa eleitoral, o índice de rejeição explica a posição de cada candidato. No topo da lista está o prefeito Fernando Haddad (PT), com índice de rejeição de 45%. Um número considerável para quem sonha com um novo e subsequente mandato. O segundo da lista é Levy Fidelix, do PRTB, com rejeição na casa de 30%. Em terceiro aparece Marta Suplicy (PMDB), com 29%, em quarto estão Luiza Erundina e Celso Russomanno com 27% cada. João Doria, do PSDB, aparece em nono lugar, com índice de rejeição de 19%, o menor entre os cinco principais candidatos.
Na simulação de eventual segundo turno, considerando apenas os três primeiros colocados na pesquisa e se a eleição fosse hoje, Celso Russomanno (44%) venceria João Doria (38%). Considerando o fato de que o índice de rejeição de Doria é menor do que o de Russomanno, o candidato tucano ainda tem espaço para crescer nas pesquisas, que retratam uma situação de momento.
Em eventual disputa de segundo turno entre Marta Suplicy e Russomanno, a candidata do PMDB derrotaria o adversário por 41% a 40%, índices que estão na chamada margem de erro, portanto a situação é de empate.
O empate técnico também marca presença na simulação de eventual disputa entre Marta Suplicy e João Doria. A candidata peemedebista aparece nesse cenário com 42%, contra 41% do candidato tucano.
Esses números mostram que na última semana de campanha que antecede o primeiro turno das eleições municipais a “troca de chumbo” entre esses três candidatos será intensa, mas exigirá pontaria de precisão. Qualquer deslize será falto para qualquer um.
A pior situação é a do prefeito Fernando Haddad, que em todas as simulações do Datafolha para o segundo turno aparece na condição de derrotado. Haddad perderia inclusive para a ex-prefeita e deputada federal Luiza Erundina. Esse cenário reflete não apenas a incapacidade de Haddad de cumprir as promessas feitas na campanha de 2012, mas os efeitos colaterais dos escândalos de corrupção protagonizados pelo seu partido, o PT, no âmbito federal e a crise econômica deixada pela ex-presidente Dilma Rousseff.
Marta Suplicy também não está na chamada “zona de conforto”. Petista histórica durante anos, Marta deixou o PT atirando para todos os lados e filiou-se ao PMDB de Michel Temer, cujo governo ainda gera desconfianças em muitas searas. Fora isso, Marta tem pela frente os desdobramentos do depoimento de Mônica Moura, mulher e sócia do marqueteiro João Santana, que à força-tarefa da Lava-Jato afirmou que recebeu dinheiro para atuar na campanha da agora peemedebista, assim como na de Haddad.
A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal Folha de S. Paulo. O Datafolha ouviu 1.260 eleitores da capital paulista no dia 21 de setembro e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.