Com Palocci e outros “tubarões” do Petrolão presos em Curitiba, situação de Lula piora com o tempo

lula_1038

A prisão de Antonio Palocci Filho, ex-ministro da Fazenda (Lula) e ex-chefe da Casa Civil (Dilma), na Operação Omertà (35ª fase da Operação Lava-Jato), serviu para piorar sobremaneira a situação de Luiz Inácio da Silva na órbita da investigação que desmontou o maior esquema de corrupção de que se tem notícia, o Petrolão.

De acordo com despacho do juiz Sérgio Moro, responsável na primeira instância pelos processos resultantes da Lava-Jato, a prisão de Palocci poderá ser transformada de provisória em preventiva nos próximos dias. Moro, ao justificar sua decisão de mandar prender o ex-ministro, destacou que o mesmo ficará preso “enquanto não houver tal identificação”.

Isso porque as investigações da Lava-Jato apontaram que Palocci recebeu R$ 128 milhões em propinas por meio da Odebrecht, com o intuito de favorecer a empreiteira baiana no escopo do governo federal e também no Congresso Nacional. Como ainda não há provas documentais do recebimento do produto do crime, o petista corre o risco de passar uma temporada na carceragem da Polícia Federa, em Curitiba.

Na opinião do juiz, Palocci teria se valido do mesmo “modus operandi” identificado em outras fases da Lava-Jato, em que os investigados usaram “contas secretas no exterior ainda não identificadas ou bloqueadas”. Isso significa que enquanto as tais contas bancárias não forem identificadas, “há um risco de dissipação do produto do crime”.


“Enquanto não afastado o risco de dissipação do produto do crime, presente igualmente um risco maior de fuga ao exterior, uma vez que os investigados poderiam se valer de recursos ilícitos ali mantidos para facilitar fuga e refúgio no exterior”, escreveu Sérgio Moro.

Para Lula, esse cenário não é dos melhores, pois sob a batuta de Moro estão alguns integrantes do núcleo duro do PT, além de outros presos que podem soltar a voz a qualquer momento. São eles: José Dirceu, João Vaccari Neto, André Vargas, Antonio Palocci e Branislav Kontic.

Para completar o calvário, permanecem presos, em Curitiba: o presidente afastado da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht; o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro; o pecuarista José Carlos Bumlai; Pedro Corrêa, ex-deputado federal pelo PP; Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras; e Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da Petrobras. Como se não bastasse, longe do cárcere está o ex-senador Delcídio Amaral, que continua sendo um arquivo explosivo e ambulante, que além das informações carrega doses de mágoa em relação a Lula.

Se um terço dos mencionados decidir aderir à colaboração premiada ou reforçar com mais informações os depoimentos já prestados, a chance de Lula ser preso em breve é de 90%. Afinal, todos os citados sabem muito mais sobre o Petrolão do que o ex-presidente da República gostaria.

apoio_04